Agência Panafricana de Notícias

Nigéria regista melhoria na organização de eleições

Lagos, Nigéria (PANA) – Enquanto a Nigéria volta às urnas neste sábado, após a protelação do escrutínio legislativo inicialmente previsto para quinta-feira última, os primeiros indícios mostram que, desta vez, a organização é muito melhor para esta eleição que é apenas o início de um processo que inclui também a eleição presidencial de 16 de abril e a dos governadores e das assembleias estaduais a acontecerem 10 dias mais tarde.

O material eleitoral, nomeadamente fichas de apuramento que não estavam disponíveis na semana passada (causa do adiamento do escrutínio ao meio-dia), foi distribuido em todas as assembleias de voto onde acontece esta eleição.

O responsável eleitoral residente para o Estado de Lagos, Adekule Ogunmola, e o seu homólogo do Estado do Delta (sul da Nigéria), Gabriel Ada, afirmam que a distribuição do material nas suas regiões foi efetuada na sexta-feira última.

Informações provenientes de vários Estados do país indicam que os responsáveis eleitorais chegaram a tempo às assembleias de voto, que o processo de acreditação começou às 8 horas (locais) e que a votação devia iniciar-se às 12h30 (locais).

"A situação está calma e a participação é impressionante", declarou Olasupo Ojo, um observador local do Estado de Lagos, Aacrescentando que o equipamento eleitoral e os agentes eleitorais chegaram cedo e o processo de acreditação decorre perfeitamente.

O Presidente Goodluck Jonathan e a esposa, a Patience, fazem parte dos inscritos na assembleia de voto de Otuoke, em Bayelsa, rico em petróleo.

O Presidente Jonathan deixou o local após a inscrição e prometeu voltar para a votação propriamente dita às 12h30.

A segurança é estrita em todo o país, depois de pelo menos três incidentes ocorridos na véspera da eleição.

Em Suleja, Estado do Níger (norte do país), o comissário eleitoral residente, Emman Unucheyo, disse que 13 pessoas, maioritariamente funcionários eleitorais especiais (membros do Corpo de Paz da Nigéria) , foram assassinadas e outras 50 ficaram feridas sábado de manhã, após a explosão de uma bomba que sacudiu o escritório da Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC) nesta cidade, levando à suspensão das eleições em Suleja após este atentado.

No Estado de Borno (norte do país), quatro pessoas foram assassinadas, sexta-feira última, por homens armados que dispararam contra funcionários eleitorais que distribuiam materiais eleitorais.

Suspeita-se que Boko Haram, um grupo fundamentalista muçulmano, que tem como alvo agentes de segurança e políticos, esteja atrás do ataque.

No Estado de Kaduna (norte do país), um suposto bombista foi assassinado e um outro ficou ferido antes de cumprirem com a sua missão macabra.

Após o ataque em Suleja, o segundo a atingir a cidade em poucos meses, o Presidente Goodluck Jonathan ordenou às agências de segurança para reforçarem a segurança em todo o país, enquanto o presidente da INEC, Attahiru Jega , instou os Nigerianos a não se deixarem intimidar por autores deste ato "cobarde e ignóbil".

As eleições legislativas que conduzirão à eleição de 109 senadores e 360 membros da Câmara Baixa, não se realizarão em 15 distritos senatoriais e 48 circunscrições federais. E nenhuma eleição ocorrerá no Estado de Ekiti (sudoeste), após diferentes partes em competição terem pedido à INEC para as adiar, de acordo com Jega.

Na sua ótica, o adiamento das eleições nos 15 distritos senatoriais e 48 circunscrições, explica-se pelo fato de um número de boletins de voto terem sido utilizados sábado último.

As eleições parlamentares decorrerão finalmente a 26 de abril ao mesmo tempo que as eleições dos governadores estaduais, confirmou.

-0- PANA VAO/SEG/NFB/TBM/CCF/DD 9abril2011