Agência Panafricana de Notícias

Nigéria investiga sobre violência pós-eleitoral

Abuja, Nigéria (PANA) – O Presidente eleito da Nigéria, Goodluck Jonathan, anunciou esta quinta-feira a criação duma comissão de inquérito sobre as causas imediatas e afastadas da violência pós-eleitoral em várias zonas do norte do país, que fizeram dezenas de mortos, centenas de feridos e milhares de deslocados.

Numa alocução à nação, o líder nigeriano ordenou que os autores desta violência sejam procurados e levados à Justiça, e autorizou as forças de segurança a utilizar todos os meios legais, incluindo a força legítima, para pôr termo imediatamente a todos os atos de violência.

Ele ordenou igualmente o desdobramento de pessoal de segurança nas zonas afetadas e o reforço da segurança em todo o país.

O Presidente Jonathan afirma que os « grupos de bandidos afetaram com uma força destruidora e mortífera » várias zonas do país, matando e mutilando vários inocentes cidadãos.

« Eles incendiaram várias empresas, casas e mesmo lugares de culto. Em vários casos, eles demonstraram uma falta de respeito total por qualquer forma de autoridade, incluindo as nossas instituições tradicionais mais sagradas. Eles alvejaram sistematicamente grupos de população. Eles estigmatizaram e perseguiram líderes políticos. Eles intimidaram viajantes », deplorou.

« Estamos chocados com estes atos horríveis que afetam a alma da nossa nação. Estas perturbações são mais do que simples protestos políticos. Eles querem claramente fazer fracassar as últimas eleições . É inaceitável », defendeu.

Lembre-se que a violência eclodiu domingo último quando se tornou claro que o Presidente Jonathan venceu as eleições presidenciais de sábado último, em detrimento do candidato do Congresso para a Mudança Progressiva (CPC), o ex-chefe de Estado militar Muhammadu Buhari, muito popular no norte do país.

O CPC rejeitou o resultado do escrutínio e introduziu um recurso junto da Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC).

Mas o Presidente Jonathan pediu aos descontentes para recorrer à Justiça.

« A democracia é o respeito do direito. É com base nisso que nos últimos anos, a nossa Justiça demonstrou uma maior coragem, determinação e independência no exercício da sua missão. Por conseguinte, não há nenhuma queixa que as nossas leis e os nossos Tribunais não possam resolver », afirmou o chefe de Estado nigeriano.

Preocupado com as mortes que poderão desencadear represálias no sul cristão, Jonathan apelou a todas as comunidades do país « para demonstrarem moderação face à provocação ».

-0- PANA SEG/NFB/JSG/FK/IZ 21abril2011