Agência Panafricana de Notícias

Nigéria desmente encerramento da fronteira com Níger

Abuja- Nigéria (PANA) -- A Nigéria desmentiu a informação largamente retomada pela imprensa segundo a qual ela encerrou a sua fronteira com o Níger no quadro da suspensão deste país da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) por actos contrários à boa governação e à ordem constitucional.
Qualificando esta informação de "falsa e infundada", o Ministério nigeriano da Informação indicou, num comunicado distribuído na capital federal, Abuja, que ela visa provocar "um arrefecimento das relações diplomáticas entre a Nigéria e o Níger".
Porém, responsáveis dos serviços migratórios nigerianos confirmaram que os camiões que transportavam mercadorias entre os dois países não foram autorizados a atravessar os cinco postos transfronteiriços, apesar de haver uma maior liberdade na cirulação de pessoas.
Os observadores políticos consideraram então que essa medida tomada pela Nigéria, cuja cooperação é essencial para o bem-estar da maioria dos países da sub-região, visava levar o seu vizinho do norte a seguir o caminho da constitucionalidade e boa governação.
Em Outubro último, a CEDEAO suspendeu o Níger das suas instâncias depois de as autoridades nigerinas rejeitarem o pedido da Comunidade de adiar as suas eleições legislativas.
Antes desta suspensão, os líderes da CEDEAO infligiram outras sanções ao Níger, cujo Presidente Mamadou Tandja modificou a Constituição para disputar um terceiro mandato.
No quadro destas sanções, a CEDEAO não concederá o seu apoio aos candidatos apresentados pelo Níger para postos em organizações internacionais e não realizará reuniões da organização no país.
A reunião consultiva das principais partes nigerinas, destinada a resolver esta crise, deve iniciar-se segunda-feira em Abuja, na presença de 50 representantes do Governo e membros da oposição do Níger.
O medianeiro da CEDEAO para o Níger, o general aposentado Abdusalami Abubakar da Nigéria, presidirá a esta reunião.