Agência Panafricana de Notícias

Níger prevê mobilizar $ 32 milhões para organizar eleições gerais

Niamey- Níger (PANA) -- O Governo nigerino vai consagrar 15 biliões de francos CFA (mais de 29 milhões de dólares americanos) à organização das eleições gerais e autárquicas marcadas para este ano, declarou sexta-feira em Niamey o primeiro-ministro Seini Oumerou.
Este orçamento servirá para financiar a recuperação do ficheiro eleitoral em curso de elaboração, a criação e o funcionamento da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) cuja instalação está prevista, o mais tardar, para finais de Fevereiro próximo, indicou Oumarou em entrevista à imprensa.
"O Governo inscreveu 15 biliões de francos CFA com vista à organização das consultas eleitorais que, a nosso ver, deverão realizar-se nos prazos previstos pela lei", declarou o chefe do Governo nigerino.
Ele defendeu que todas as condições devem ser reunidas para que as eleições possam realizar-se nos prazos previstos.
Para melhorar a organização destas eleições, o Conselho Nacional do Diálogo Político (CNDP) reuniu-se quinta-feira para examinar, entre outros pontos, os problemas ligados à lentidão observada na recuperação do ficheiro eleitoral, à questão da afixação das listas eleitorais e à instalação da CENI.
Uma fonte próxima do Comité Nacional Encarregue da Recuperação do Ficheiro Eleitoral (CNRFE) indica que o trabalho de digitação foi feito com dados e está praticamente concluído no que diz respeito às regiões de Dosso, Tahoua, Tillaberi e Maradi.
"Das províncias restantes, apenas Zinder pode ser considerada como o maior trabalho.
As localidades de Agadez e Diffa, bem como a Comunidade Urbana de Niamey não representam um grande desafio", declarou o presidente do CNRFE, Moumouni Hamidou.
Esta mobilização tardia da classe política nigeriana em torno da organização das eleições gerais e autárquicas de 2009 foi feita após vários meses de tergiversações sobre uma eventual prolongação do mandato do Presidente da República, Mamadou Tandja.
Para a maioria dos observadores da cena política nigerina, a vivacidade dos defensores do projecto de prolongação do mandato do Presidente Tandja foram sobretudo travados pela posição do Tribunal Constitucional cuja presidente declarou claramente que a Constituição de 9 de Agosto de 1999 deve ser escrupulosamente respeitada.
Um Comité para o Prosseguimento das Acções do Presidente Tandja organizou manifestações de apoio em todas as províncias do país, lembra-se.
A Frente Unida para a Salvaguarda das Conquistas Democráticas (FUSAS), uma coligação de mais de 50 associações, organizou marchas de protesto contra uma eventual modificação da Constituição visando suprimir o artigo que limita a dois o mandato presidencial.
Eleito em 1999, o Presidente Tandja deverá deixar o poder em Dezembro de 2009, no fim do seu segundo mandato de cinco anos.