Agência Panafricana de Notícias

Nações Unidas exigem medidas imediatas e decisivas no Burundi

Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - Depois da escalada da violência no Burundi, o Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas alertou, terça-feira, todos os atores da crise atual neste país para tomar todas as medidas possíveis para conter a violência crescente e engajar um diálogo construtivo e inclusivo.

"Mais do que nunca, é urgente que a comunidade internacional tome medidas decisivas para conter esta violência. Não podemos abandonar a população do Burundi neste momento histórico", declarou a porta-voz do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Cécile Pouilly, aos jornalistas da ONU por videoconferência desde Genebra.

Ela reagia aos ataques de sexta-feira contra vários campos militares de Bujumbura, que custaram a vida a dezenas de pessoas durante violentos combates, levando o Secretário-Geral da ONU a condenar os ataques e a advertir que "tais atos de violência podem conduzir a uma desestabilização da situação no Burundi".

Segundo Pouilly, as forças de segurança efetuaram buscas intensivas nas casas situadas nos bairros de Musaga e Nyakabiga de Bujumbura, onde foram detidos centenas de jovens alguns dos quais teriam sido sumariamente executados e outros conduzidos para destinos desconhecidos.

"Com esta última série de eventos sangrentos, o país parece ter dado um novo passo para a guerra civil pura e simples e as tensões atingiram agora a um ponto culminante em Bujumbura", declarou.

Pouilly sublinhou que o Alto Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Al Hussein, exortou todas as partes a começar um diálogo inclusivo. Ele falou igualmente da necessidade urgente duma ação decisiva da comunidade internacional para conter esta violência.

"Não podemos abandonar o povo burundês neste momento decisivo da sua história", afirmou o chefe dos direitos humanos da ONU.

O Burundi está mergulhado numa crise política que levou numerosas pessoas a fugir a insegurança para os países vizinhos desde que o Presidente Pierre Nkurunziza decidiu disputar um terceiro mandato controverso este ano.

"Al Hussein e altos responsáveis das Nações Unidas, nomeadamente o Secretário-Geral Ban Ki-Moon, retomaram vários apelos à calma e à retomada do diálogo nacional que foi suspenso em meados de julho".

-0- PANA AA/AR/AKA/IS/IBA/MAR/IZ 16dez2015