PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Nações Unidas deploram insegurança crescente na RCA
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACDH) insurgiu-se contra a insegurança crescente na capital da República Centroafricana (RCA), Bangui, abalada pelo recrudescimento da violência e da criminalidade nas ruas e por assassinatos.
Num comunicado transmitido à PANA em Nova Iorque, o porta-voz da organização, Rupert Colville, disse que a sua instituição estava preocupada pelo "clima de impunidade total" no país reforçado pelo facto de elementos da milícia anti-Balaka reivindicarem publicamente a responsabilidade dos crimes e assassinatos que cometeram.
"Está igualmente reconhecido e provado que os militantes anti-Balaka, de maioria cristã, extorquem fundos aos pequenos comerciantes", sublinhou, exprimindo igualmente a sua preocupação depois das declarações públicas de alguns membros do Conselho Nacional de Transição, o órgão legislativo e de decisão interino do país, que poderiam desencadear confrontos intercomunitários.
Políticos teriam declarado que a linchagem a 5 de fevereiro dum suposto ex-combatente da milícia Seleka, maioritariamente muçulmana, por soldados das Forças Armadas Centroafricanas (FACA) era "justificada".
Este incidente foi evocado durante uma reunião, na semana passada, entre o representante especial do Secretário-Geral da ONU na RCA, Babacar Gaye, e a Presidente interina centroafricana, Catherine Samba-Panza.
Colville sublinhou que a sua organização vai trabalhar com os parceiros para o restabelecimento do sistema judicial em Bangui com vista a combater a impunidade omnipresente no país.
Estas declarações foram feitas na altura em que a Procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, anunciava que ela iria abrir um inquérito preliminar sobre a situação na RCA depois de ter examinado vários relatórios que descrevem com pormenor a brutalidade extrema dos diversos grupos e revelam alegações de crimes graves nestes últimos meses.
Esta medida, da qual se felicita o ACDH, será aplica em coordenação com os esforços da União Africana (UA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) no país para determinar se há razões válidas para abrir um inquérito oficial.
O pessoal onusino encarregue dos direitos humanos na RCA efetuou recentemente uma missão em Boda, uma cidade situada a cerca de 100 quilómetros a oeste de Bangui, onde 92 pessoas teriam sido mortas entre 30 de janeiro e 05 de fevereiro de 2014 depois de represálias religiosas.
Segundo uma fonte das Nações Unidas, depois da partida dos ex-Seleka desta cidade, a 29 de janeiro último, os anti-Balaka lançaram uma ofensiva contra a população muçulmana de Boda.
"Os jovens muçulmanos da cidade contratacaram, praticaram massacres e incendiaram lojas", explicou Colville, acrescentando que a missão de inquérito "encontrou casas calcinadas e populações deslocadas e divididas segundo a sua religião".
Milhares de pessoas foram mortas na RCA e 2,2 milhões de outras, cerca da metade da população, necessita de ajuda humanitária depois do conflito que eclodiu quando a coligação Seleka destituiu em dezembro de 2012 o regime do Presidente François Bozizé.
-0- PANA AA/VAO/FJG/IS/MAR/TON 12fevereiro2014
Num comunicado transmitido à PANA em Nova Iorque, o porta-voz da organização, Rupert Colville, disse que a sua instituição estava preocupada pelo "clima de impunidade total" no país reforçado pelo facto de elementos da milícia anti-Balaka reivindicarem publicamente a responsabilidade dos crimes e assassinatos que cometeram.
"Está igualmente reconhecido e provado que os militantes anti-Balaka, de maioria cristã, extorquem fundos aos pequenos comerciantes", sublinhou, exprimindo igualmente a sua preocupação depois das declarações públicas de alguns membros do Conselho Nacional de Transição, o órgão legislativo e de decisão interino do país, que poderiam desencadear confrontos intercomunitários.
Políticos teriam declarado que a linchagem a 5 de fevereiro dum suposto ex-combatente da milícia Seleka, maioritariamente muçulmana, por soldados das Forças Armadas Centroafricanas (FACA) era "justificada".
Este incidente foi evocado durante uma reunião, na semana passada, entre o representante especial do Secretário-Geral da ONU na RCA, Babacar Gaye, e a Presidente interina centroafricana, Catherine Samba-Panza.
Colville sublinhou que a sua organização vai trabalhar com os parceiros para o restabelecimento do sistema judicial em Bangui com vista a combater a impunidade omnipresente no país.
Estas declarações foram feitas na altura em que a Procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, anunciava que ela iria abrir um inquérito preliminar sobre a situação na RCA depois de ter examinado vários relatórios que descrevem com pormenor a brutalidade extrema dos diversos grupos e revelam alegações de crimes graves nestes últimos meses.
Esta medida, da qual se felicita o ACDH, será aplica em coordenação com os esforços da União Africana (UA) e da Organização das Nações Unidas (ONU) no país para determinar se há razões válidas para abrir um inquérito oficial.
O pessoal onusino encarregue dos direitos humanos na RCA efetuou recentemente uma missão em Boda, uma cidade situada a cerca de 100 quilómetros a oeste de Bangui, onde 92 pessoas teriam sido mortas entre 30 de janeiro e 05 de fevereiro de 2014 depois de represálias religiosas.
Segundo uma fonte das Nações Unidas, depois da partida dos ex-Seleka desta cidade, a 29 de janeiro último, os anti-Balaka lançaram uma ofensiva contra a população muçulmana de Boda.
"Os jovens muçulmanos da cidade contratacaram, praticaram massacres e incendiaram lojas", explicou Colville, acrescentando que a missão de inquérito "encontrou casas calcinadas e populações deslocadas e divididas segundo a sua religião".
Milhares de pessoas foram mortas na RCA e 2,2 milhões de outras, cerca da metade da população, necessita de ajuda humanitária depois do conflito que eclodiu quando a coligação Seleka destituiu em dezembro de 2012 o regime do Presidente François Bozizé.
-0- PANA AA/VAO/FJG/IS/MAR/TON 12fevereiro2014