Agência Panafricana de Notícias

Nações Unidas deploram ausência de plano internacional contra crise na RCA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – As Nações Unidas deploraram a ausência dum plano internacional para ajudar a República Centroafricana (RCA) a livrar-se da crise em que está mergulhada.

O Secretário-Geral adjunto da ONU para as Operações de Manutenção da Paz, Hervé Ladsous, declarou que esta ausência dum plano internacional que poderia ser retomado pelas autoridades centroafricanas faz falta.

« O que falta é uma abordagem global dum processo que possa ser realizado pelos centroafricanos. Houve propostas sobre os meios de avançar. Uma série de discussões básicas que possa culminar num diálogo político nacional é importante para pôr termo às hostilidades », declarou Ladsous.

Uma reunião do Grupo Internacional de Contacto teve início esta segunda-feira em Addis Abeba, na Etiópia, para examinar uma série de prioridades a analisar antes de o país instalar uma administração permanente.

O primeiro- ministro interino da RCA, André Nzapayeke, disse que rebeldes da Seleka continuam a ocupar os quartéis e os ex-responsáveis controlam os recursos governamentais.

« Deve-se repatriar os combatentes da Seleka. A luta contra a impunidade deve começar. As medidas tomadas pelo Governo permitiram iniciar os julgamentos”, indicou Nzapayeke.

A ONU afirmou que as novas reflexões devem estar orientadas para a reforma das Forças Armadas da África Central (FOCAS) e iniciar um diálogo nacional que culmine num acordo político.

As Nações Unidas pretendem apoiar os esforços de restabelecimento da presença do Estado ajudando a reconstruir a Polícia.

O primeiro-ministro interino centroafricano acrescentou que o Governo decidiu criar um Tribunal Especial para a RCA para ajudar a erradicar o ciclo da violência e a criminalidade que é a causa profunda dos crimes no país há mais de três décadas.

« A reinstalação das autoridades administrativas está a progredir normalmente. O Governo tenta interverter a tendência e responder às populações necessitadas. A estratégia consiste em apaziguar as tensões e iniciar um diálogo político”, declarou o primeiro-ministro centroafricano durante a reunião.

-0- PANA AO/VAO/FJG/IS/FK/TON 07julho2014