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MpD inicia Convenção com olhos postos no regresso ao poder em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Movimento para a Democracia (MpD), a maior força política da oposição de Cabo Verde, iniciou esta sexta-feira a sua 10ª Convenção com os olhos postos no regresso ao poder nas eleições legislativas que terão lugar no arquipélago em 2016, apurou PANA na capital cabo-verdiana de fonte partidária.

A estratégia do partido que governou Cabo Verde (1991-2001) para regressar ao poder dentro de dois anos e meio, está plasmada na moção de estratégia que o recém eleito presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva apresentará aos 295 delegados que estarão até domingo no Palácio da Assembleia Nacional.

Do documento, subordinado ao lema "Com Cabo Verde Sempre", constam 15 pontos que o novo líder do maior partido da oposição considera "essenciais" para o futuro de Cabo Verde, com destaque para aspetos como o crescimento económico e a melhoria da competitividade, os desafios da energia e da segurança e o reforço da democracia.

Na sua moção de estratégia, Correia e Silva defende ser necessário criar condições económicas para minimizar a vulnerabilidade aos choques externos a que o arquipélago está sujeito neste momento.

O substituto de Carlos Veiga na liderança do MpD sustenta que a economia cabo-verdiana, para ser tecnológica e inovadora, precisa de uma elevada cultura de inovação, que deve incluir os mais diferentes setores da economia, da administração, da saúde, da educação, da comunicação, do comércio, da agricultura e indústria, do turismo e das indústrias criativas.

Neste sentido, ele propõe um programa de reformas económicas que deve ter como objetivos “aumentar a confiança na economia, reduzir o risco soberano do país, garantir a melhoria significativa da competitividade externa, assegurar medidas e ações suscetíveis de tornar o Estado eficiente e garantir a sustentabilidade da dívidia pública", lê-se no documento.

Para Correia e Silva, investir no conhecimento é essencial para um país como Cabo Verde, pelo que defende uma educação "massificada, flexível, de grau superior e com elevada qualidade".

A moção do novo presidente do MpD considera ainda que uma economia aberta e a inserção global podem também trazer oportunidades para Cabo Verde.

No entanto, ele alerta que isso só pode resultar se forem ambas minimamente aproveitadas num horizonte temporal relativamente curto, para colocar o arquipélago entre os 10 pequenos países insulares mais desenvolvidos e, ao mesmo tempo, combater a pobreza.

A moção de estratégia advogada por Correia e Silva defende também a integração de Cabo Verde em redes regionais e internacionais, designadamente em setores como a investigação científica e tecnológica, a defesa e a regulação do ambiente e a proteção contra ameaças externas, bem como nos recursos hídricos e na regulação dos sistemas.

Ulisses Correia e Silva vai ser empossado como o quinto líder da história do MpD, partido fundado em 1990, após a abertura política em Cabo Verde e que foi liderado por Carlos Veiga por duas vezes (entre 1990/2000 e 2009/13), Gualberto do Rosário (2000/01), Filomena Delgado (2001/02, interinamente), Agostinho Lopes (2002/06) e Jorge Santos (2007/09).

-0- PANA CS/IZ 12julho2013