Agência Panafricana de Notícias

Moussa Faki vaticina sucesso de João Lourenço à frente da União Africana

Luanda, Angola (PANA) - A agenda 2063 da União Africana (UA), documento que contém um projeto e um plano mestre para o desenvolvimento do potencial global do continente africano, vai estar em boas mãos, com o Presidente angolano, João Lourenço, à sua frente, declarou terça-feira em Luanda o presidente da Comissão da UA (CUA), Moussa Faki Mahamat. 

Em declarações à imprensa, no final de uma audiência que lhe concedeu João Lourenço, Moussa Faki Mahamat justificou o seu discurso pelo facto de este último ser “um  Presidente comprometido com os assuntos africanos.”

"Estamos tranquilos, pois, durante a programação de 2025, a Agenda 2063 estará, de facto, em boas mãos", regozijou-se o diplomata tcadiano, reforçando que "o Presidente João Lourenço tem sido o artífice da paz e, também, da reconciliação ao nível do continente."

A seu ver, o facto constitui um regozijo para o continente africano.

Disse ter aproveitado o encontro com o estadista angolano para o encorajar a levar a peito a agenda 2063 da organização continental. 

"Congratulamo-nos porque o Presidente João Lourenço vai assumir a União Africana durante este ano de 2025", ressaltou.

A paz e a segurança no continente foi outro tema que dominou a audiência que o Presidente João Lourenço concedeu a Moussa Faki, que considerou este assunto “um grande desafio para o continente.”

Referiu-se, a propósito, à situação reinante no leste da República Democrática do Congo (RDC) e, agora também, em Moçambique.

Sobre a crise de paz e segurança na RDC, o presidente da CUA destacou o papel de João Lourenço no processo de busca da paz definitiva para aquela região congolesa.

"Não é em vão que Sua Excelência o Presidente João Lourenço foi indigitado pela União Africana como Campeão para a Paz e Segurança, por via das quais tem pilotado o Processo de Luanda (processo de paz no leste congolês) para trazer uma paz entre os dois países, no caso o Rwanda e a RDC", acrescentou.

Moussa Faki Mahamat reforçou que “o contributo de João Lourenço para este processo de paz está a permitir ressurgir o sentimento de tranquilidade e de paz.”

O encontro permitiu passar, ainda, em revista vários outros temas que dominam a atualidade no continente, nomeadamente a preparação da próxima Cimeira de Fevereiro da União Africana, que vai elevar João Lourenço ao cargo de Presidente em exercício da organização continental.

No plano dos ganhos conseguidos pelo continente, em 2024, o diplomata tchadiano apontou a Zona de Comércio Livre Continental, a conquista de um assento africano no G20 (grupo dos 20 países mais industrializados no mundo) e a inclusão de jovens e mulheres em todos os processos que a União Africana tem levado a cabo.

O diplomata, que se encontra em fim de mandato, avançou que são estas matérias que motivaram a sua ida ao Palácio Presidencial da Cidade Alta, para apresentar ao Presidente da República de Angola os cumprimentos de fim de missão e de agradecimento por todo o apoio que recebeu de Angola durante o seu consulado.

João Lourenço vai assumir, a partir de fevereiro próximo, a presidência rotativa da União Africana (UA), precisamente durante a 38.ª sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA, prevista para os dias 15 e 16 do mesmo mês. 

Será a primeira vez que Angola vai dirigir este órgão máximo da União Africana, facto que coincidirá com o ano da comemoração dos 50 anos da Independência do país.

A agenda 2063 da UA é o projeto e plano mestre de África para transformar o continente numa potência global do futuro. 

O documento contém uma estrutura estratégica do continente, que visa cumprir a sua meta de desenvolvimento inclusivo e sustentável, e é também uma manifestação concreta do impulso pan-africano por unidade, autodeterminação, liberdade, progresso e prosperidade coletiva, perseguidos sob o pan-africanismo e o renascimento africano.

-0- PANA JA/DD 07jan2025