Agência Panafricana de Notícias

Morte do Presidente gabonês domina imprensa líbia

Tripoli- Líbia (PANA) -- A primeira visita do líder líbio Muamar Kadafi, presidente em exercício da União Africana (UA), à Itália, 40 anos após a Revolução de 1 de Setembro de 1969, e o apelo lançado por este último aos Gaboneses para respeitar a sua Constituição na sequência da morte do Presidente Hadj Omar Bongo Ondimba estiveram no centro das preocupações da imprensa líbia da semana finda.
A imprensa líbia interessou-se igualmente pela sexta reunião do Painel dos Sábios Africanos consagrada à restituição da versão final do relatório sobre as crises e conflitos consecutivos aos processos eleitorais em África.
Sob o título "Visita Histórica", o jornal Azahf Al-Akhdhar escreveu num editorial que a visita do líder Muamar Kadafi à Itália tem várias significações e símbolos históricos visto que ela se realizou depois de a Itália ter apresentado as suas desculpas pelos danos sofridos pelo povo líbio durante o período da colonização italiana na Líbia.
O mesmo jornal acrescenta que esta visita constitui um evento importante e ocorre num momento oportuno o que confirma que as relações líbio-italianas registarão cada vez mais consolidação da amizade e da cooperação entre os dois países depois de ter fechado a dolorosa página do passado.
O Al-Zahf Al-Akhdhar afirma igualmente que a visita de Kadafi à Itália constituirá uma etapa importante no processo das relações que se tornaram num modelo a seguir aos níveis regional e internacional.
Por seu turno, o jornal "Al-Chams" evocou esta visita num artigo intitulado "A Roda do Tempo Virou.
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Roma que se arrependeu pelo período colonial abre as suas portas a Muamar Kadafi e a Omar Mokhtar".
Para este periódico, a visita do líder Muamar Kadafi acontece depois de o povo líbio ter aceite as desculpas "que não foram simples palavras mas um tratado e um documento que exigiu 40 anos".
O mesmo jornal acrescenta que a foto do herói da resistência líbia que Kadafi oestentava no peito foi para lembrar à Itália de hoje os actos da Itália de ontem, indicando que o retrato em questão simboliza o triunfo da causa em detrimento do executor e a vingança do sangue sobre o sabre bem como a recuperação pelos beneficiários legítimos do que lhes era devido.
Enquanto isso, o jornal "Oya" cobriu todas as actividades do líder líbio na Itália e os seus encontros com o Presidente italiano, com o primeiro-ministro e com o presidente do Senado bem como os com actores económicos.
O jornal relatou os discursos de Kadafi nestes encontros e escreveu sob o título "Um livre que realiza as suas promessas" que a visita de Kadafi à Itália foi atrasada até ao presente porque não podia ter lugar antes, devido à promessa feita pelo líder líbio, à história e a todas as pessoas, que ele só visitaria a Itália depois de este país apresentar desculpas pelos dramas infligidos ao povo líbio durante o período colonial o que aconteceu e o mundo é testemunha disto.
O jornal "Al-Jamahiriya, indicou, por seu turno, que o visto de entrada de Kadafi na Itália (que foi concedido pela Itália) deve ter a menção das desculpas pelo passado e da indemnização pelos crimes de ontem e que era necessário que a nova geração italiana se dessolidarizasse com a antiga geração para que o passado não se repita.
Por outro lado, o diário "Oya" retomou o apelo lançado terça-feira última, em Tripoli, por Kadafi aos Gaboneses na sequência da morte do seu homólogo Omar Bongo Ondimba para o respeito da Constituição e a preservação da unidade nacional, da estabildiade e da paz.
O mesmo jornal divulgou as declarações do líder Kadafi diante dos embaixadores da UA acreditados em Tripoli que vieram apresentar-lhe as suas condolências pela morte de Omar Bongo, indicando que o Exército Nacional gabonês será responsável pela preservação da segurança durante esta fase difícil que o país atravessa.
Ainda sobre o assunto, o "Qurayna" lembra que Kadafi sublinhou o reconhecimento pelo povo gabonês das vantagens de liderança do falecido Presidente durante o seu longo poder bem como as incidências positivas da sua política sensata sobre o desenvolvimento e a estabilidade no seu país contrariamente ao que está a ocorrer na vizinhança.
Precisou que o continente reconhece o papel de Omar Bongo na construção e na tentativa de construção duma África nova e afirmou que a sua morte é uma perda para África inteira.
Por sua vez, o "Al-Fajr Al-Jedid" interessou-se pela sexta reunião do Painel dos Sábios Africanos realizada domingo em Tripoli e que aprovou o relatório sobre as crises e conflitos consecutivos aos processos eleitorais em África que será transmitido à apreciação da XIII Cimeira da União Africana (UA) prevista para Julho próximo em Sirtes (centro da Líbia).
O "Al-Fajr Jedid escreveu que este Painel exprimiu no seu comunicado a sua preocupação face à persistência das tensões e das crises em vários países do continente, bem como face ao flagelo das mundanças inconstitucionais de Governo e dos assassinatos políticos.