Agência Panafricana de Notícias

Morte de Nino Vieira uma afronta às instituições, diz Presidente

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- O Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, considerou terça-feira como “uma clara afronta” às instituições da República o duplo assassinato, no início deste mês, do Presidente João Bernardo “Nino” Vieira e do chefe do Estado-Maior- Genral das Forças Armadas, tenente-general Batista Tagmé Na Waié.
Raimundo Pereira falava na cerimónia de homenagem ao general Nino Vieira, cujos restos mortais foram a enterrar no mesmo dia, no Cemitério Municipal de Bissau, na presença das autoridades governamentais locais e diplomatas e outros dignitários estrangeiros.
Segundo o Presidente interino, a morte dos dois homens de Estado representou uma “perda irreparável” de vidas humanas e uma “clara afronta” às instituições republicanas, nomeadamente as Forças Armadas e o próprio Estado da Guiné-Bissau que “foram gravemente atingidos na sua dignidade e na sua imagem” .
Disse reconhecer que, como consequências destes trágicos acontecimentos e após a realização da cerimónia fúnebre do Presidente Nino Vieira, as pressões internas e externas para a normalização da vida nacional “far-se-ão sentir fortemente”.
“A verdade é que a longa crise política, militar e económica que se abateu sobre o nosso país não nos permite dispensar a cooperação de países amigos e de organizações internacionais solidárias, porque a nossa capacidade de resposta é realmente limitada”, disse.
Por isso, explicou o novo Presidente interino e antigo presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento), a Guiné-Bissau precisa, hoje, “mais do que nunca” da ajuda solidária de todos e de uma cooperação “reforçada e excepcional”.
No seu entender, sem esta ajuda será “muito mais difícil preservar a paz, proteger as nossas instituições legítimas, garantir a segurança e a tranquilidade das famílias guineenses”.
A este propósito, prosseguiu, é importante reconhecer que a situação particular surgida com a morte do Presidente Nino Vieira “coloca à frente da agenda política bissau-guineense várias questões importantes, algumas delas inadiáveis”.
Entre estes desafios, Raimundo Pereira, apontou a realização das próximas eleições presidenciais antecipadas no prazo constitucionalmente estipulado (dois meses).
Nino Vieira foi assassinado por desconhecidos na sua residência em Bissau, a 2 de Março deste ano, poucas horas depois da morte de Tagmé Na Waié, num atentado à bomba no Quartel-General das Forças Armadas, na capital bissau-guineense.