PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Morte de Nino Vieira um golpe de Estado "não assumido", diz oposição
Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- A principal formação política da oposição na Guiné-Bissau, o Partido da Renovação Social (PRS), considera a morte quase simultânea do Presidente João Bernardo "Nino" Vieira e do chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié, um "acto terrorista inédito que configura um golpe de Estado não assumido", soube a PANA de fonte partidária em Bissau.
"Em termos clássicos, não podemos falar em golpe de Estado, que pressupõe a violação da Constituição, mas estamos diante de um golpe de Estado não assumido por atentar sobretudo contra a vida de um chefe de Estado sem ser reivindicado", declarou o porta-voz do PRS, Joaquim Batista Correia, numa entrevista à PANA quinta-feira na capital bissau-guineense.
No seu entender, apesar de a Guiné-Bissau ter um passado marcado por ciclos de violência, actos de puro terrorismo como os que o país viveu desta vez "só aconteciam fora de portas".
Segundo ele, actos do género não são concebíveis nem admissíveis num contexto democrático globalizado em pleno século XXI e numa altura em que "precisamos de sentar à mesa para dialogar e falar da paz rumo à reconciliação uma vez que a violência no país já vem de longe".
Na verdade, disse, foi "um acto lamentável jamais visto na história do país e uma vergonha nacional", pelo que as instituições competentes do Estado "devem assumir as suas responsabilidades contra os seus executores e mandantes para evitar que situações do género se repitam".
Explicou, por outro lado, que a ousadia expressa por tal tragédia tão condenável e a facilidade com que foi executada "demonstram a fragilidade das nossas instituições democráticas", o que interpela o Governo a utilizar todos os mecanismos legais ao seu dispor para impor a ordem.
A este propósito, Joaquim Correia disse que o seu partido exige que a comissão de inquérito criada pelo Governo para o efeito funcione de forma efectiva e que haja a colaboração da comunidade internacional para se responsabilizar criminalmente as pessoas implicadas pois, continuou, "já passaram muitas comissões (de inquérito) que nunca deram resultados" .
O porta-voz do PRS justificou a necessidade da colaboração externa para apoiar as instituições nacionais pelo facto de que, segundo ele, a tragédia que se abateu sobre o seu país no início deste mês "não deve preocupar apenas a Guiné-Bissau mas toda a comunidade internacional, em geral, e a região em particular".
O Presidente Nino Vieira, cujos restos mortais foram a enterrar terça-feira em Bissau, foi barbaramente assassinado aos 70 anos na sua residência, a 2 de Março corrente, um dia depois da morte do general Na Waié num atentado à bomba nas instalações do Quartel- General das Forças Armadas.
A viúva do Presidente assassinado, Isabel Romano Vieira, ficou sob a protecção da Embaixada de Angola em Bissau até ao dia das exéquias do marido quando partiu para a capital senegalesa, Dakar, na companhia de 12 dos filhos do falecido vindos da Europa expressamente para assistir à cerimónia fúnebre.
Porém, todos eles, incluindo à viúva, deixaram o país logo após a cerimónia oficial, num avião militar senegalês, sem acompanhar os restos mortais ao Cemitério Municipal de Bissau onde foram a enterrar.
"Em termos clássicos, não podemos falar em golpe de Estado, que pressupõe a violação da Constituição, mas estamos diante de um golpe de Estado não assumido por atentar sobretudo contra a vida de um chefe de Estado sem ser reivindicado", declarou o porta-voz do PRS, Joaquim Batista Correia, numa entrevista à PANA quinta-feira na capital bissau-guineense.
No seu entender, apesar de a Guiné-Bissau ter um passado marcado por ciclos de violência, actos de puro terrorismo como os que o país viveu desta vez "só aconteciam fora de portas".
Segundo ele, actos do género não são concebíveis nem admissíveis num contexto democrático globalizado em pleno século XXI e numa altura em que "precisamos de sentar à mesa para dialogar e falar da paz rumo à reconciliação uma vez que a violência no país já vem de longe".
Na verdade, disse, foi "um acto lamentável jamais visto na história do país e uma vergonha nacional", pelo que as instituições competentes do Estado "devem assumir as suas responsabilidades contra os seus executores e mandantes para evitar que situações do género se repitam".
Explicou, por outro lado, que a ousadia expressa por tal tragédia tão condenável e a facilidade com que foi executada "demonstram a fragilidade das nossas instituições democráticas", o que interpela o Governo a utilizar todos os mecanismos legais ao seu dispor para impor a ordem.
A este propósito, Joaquim Correia disse que o seu partido exige que a comissão de inquérito criada pelo Governo para o efeito funcione de forma efectiva e que haja a colaboração da comunidade internacional para se responsabilizar criminalmente as pessoas implicadas pois, continuou, "já passaram muitas comissões (de inquérito) que nunca deram resultados" .
O porta-voz do PRS justificou a necessidade da colaboração externa para apoiar as instituições nacionais pelo facto de que, segundo ele, a tragédia que se abateu sobre o seu país no início deste mês "não deve preocupar apenas a Guiné-Bissau mas toda a comunidade internacional, em geral, e a região em particular".
O Presidente Nino Vieira, cujos restos mortais foram a enterrar terça-feira em Bissau, foi barbaramente assassinado aos 70 anos na sua residência, a 2 de Março corrente, um dia depois da morte do general Na Waié num atentado à bomba nas instalações do Quartel- General das Forças Armadas.
A viúva do Presidente assassinado, Isabel Romano Vieira, ficou sob a protecção da Embaixada de Angola em Bissau até ao dia das exéquias do marido quando partiu para a capital senegalesa, Dakar, na companhia de 12 dos filhos do falecido vindos da Europa expressamente para assistir à cerimónia fúnebre.
Porém, todos eles, incluindo à viúva, deixaram o país logo após a cerimónia oficial, num avião militar senegalês, sem acompanhar os restos mortais ao Cemitério Municipal de Bissau onde foram a enterrar.