Morte de 24 soldados em ataque cria descontentamento de militares no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Soldados em várias guarnições, no Burkina Faso, manifestaram quarta-feira o seu descontentamento geral pela morte de 24 colegas seus, dois dias antes, num ataque perpetrado contra o destacamento militar de Koutougou, no norte do país, soube a PANA de fontes de segurança, em Ouagadougou.
O ataque em causa fez igualmente sete feridos, para além de cinco outros soldados dados como desaparecidos e elevados danos materiais.
"Não estamos de maneira alguma contentes com os nossos chefes. Após o ataque (de segunda-feira), os feridos ainda não foram evacuados”, explicou quarta-feira um jovem militar sob capa de anonimato.
Segundo ele, os militares descontentes decidiram bloquear o acesso aos quartéis de alguns dos seus superiores hierárquicos "até que uma solução seja encontrada”, por não compreenderem esta atitude da sua hierarquia.
O ataque de Koutougou é o mais mortífero desde o início, em 2015, do fenómeno do terrorismo, no Burkina Faso.
"É um balanço pesado, um balanço que nos interpela, que nos entristece tanto a nível do povo burkinabe de forma geral, como a nível do Governo em particular”, indicou o Presidente Roch Marc Christian Kaboré, numa mensagem endereçada à Nação.
Para ele, este ataque é uma "mancha negra na vida do nosso Exército Nacional, pois é pela primeira vez que registamos um número tão elevado de vítimas (mortais)”.
O Presidente Kaboré sublinhou que instruções foram dadas aos chefes militares, a fim de eles encontrarem uma solução para esta situação.
A União para o Progresso e Mudança (UPC), principal partido da oposição do Burkina Faso que exprimiu “grande consternação” por este ataque, exigiu a demissão imediata do Governo.
Várias pessoas denunciaram a falta de meios das forças de defesa e segurança.
-0- PANA TNDD/IS/FK/IZ 22ago2019