Morreu em exilio na Suècia antigo arcebispo togolês
Lomé, Togo (PANA) - Um antigo arcebispo emérito do Togo morreu terça-feira na Suécia, onde se refugiou devido às suas posições políticas, informou a PANA de boas fontes esta terça-feira em Lomé.
As autoridades togolesas ainda não se pronunciaram sobre a sua morte nem sobre o tratamento a dar a este ùltima.
Muito popular e conhecido pelas suas posições políticas contra o regime no poder no Togo, o monsenhor Philippe Fanoko Kpozro, de 94 anos de idade, teve de se exilar há dois anos, após as eleições presidenciais de 2020.
Durante este escrutínio, o prelado apoiou uma coligação de partidos políticos e organizações da sociedade civil sob o nome Dynamique Monsenhor Kpodzro (DMK).
Esta coligação apoiou Gabriel Messan Agbeyomé Kodjo (antigo assessor do defunto Eyadéma Gnassingbé, pai do atual Presidente do Togo, Faure Essozimna Gnassingbé), que acabou por se juntar às fileiras da oposição.
A coligação em apreço exigia a vitória nestas eleições presidenciais, atribuída ao então candidato Faure Gnassingbé, que sucedeu ao seu pai logo da sua morted em 2005, mas logo se deparou com tensões políticas e ataques à casa de Agbeyomé Kodjo.
Face a um clima de intimidação contra si, o prelado e o seu candidato tiveram que fugir do país, Primero para o Gana e, depois, para a Suécia.
O monsenhor Kpodzro, apesar da sua idade, assumiu posições políticas contra o Governo togolês acusando-o de ter cometido irregularidades durante estas eleições, qualificando o seu candidato, Gabriel Messan Agbéomé, de "verdadeiro Presidente eleito" do Togo.
Nascido em 1930 em Tomgbé, na região dos Planaltos, e ordenado prelado de Atakpamé (capital desta região) em 1976, nunca deixou de lutar contra o poder do general Eyadéma Gnassingbé.
Em 1992, foi nomeado arcebispo de Lomé até à sua reforma em 2007.
Logo depois, lançou-se na luta pela mudança política no Togo até à sua morte a 9 de janeiro de 2024 na Suécia, onde viveu exilado em condições deploráveis.
Um mês antes da sua morte, já circularam rumores depois sua expulsão de um hotel na Suécia onde estava hospedado.
Este prelado, em 1991, foi o presidente da Conferência Nacional Soberana, organizada para conduzir o país ao multipartidarismo e ao Estado de direito, após vários meses de turbulência e tensões sociopolíticas vividas um ano antes.
Nomeado presidente do Conselho Superior da República (ACNUR), que serviu de Parlamento de Transição Política, sofreu diversas ameaças e tratamentos degradantes por parte das autoridades que procuravam recuperar o poder total.
Eyadéma Gnassingbé, chefe do Estado na altura, ficou enfraquecido por lidar com um primeiro-ministro proveniente da oposição, na pessoa de Joseph Kokou Koffigoh.
-0- PANA FAA/IS/SOC/MAR/DD 09janeiro202