PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Morreu em França Valère Somé companheiro de luta de Thomas Sankara
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Valère Somé, um companheiro de luta do capitão Thomas Sankara, pai da revolução burkinabe, morreu terça-feira num hospital em Paris aos 67 anos de idade, soube-se de fontes próximas da sua família.
Valère Somé era antropólogo, pesquisador, escritor e coautor do discurso de orientação política do Conselho Nacional da Revolução (CNR) liderado pelo capitão Thomas Sankara, em 1993, tendo exercido igualmente as funções de ministro do Ensino Superior e Pesquisa Científica.
O seu companheiro Thomas Sankara foi um popular capitão chegado ao poder por via de um golpe de Estado e apoiado por Blaise Compaoré, outro camarada seu, quando o país ainda se chamava República do Alto Volta.
Começou como primeiro-ministro, antes de tornar-se em seguida no quinto Presidente desde a libertação do jugo colonial francês e no primeiro do Burkina Faso.
De seu nome completo Thomas Isidore Noël Sankara, ele foi derrubado e assassinado também num golpe de Estado liderado pelo seu então aliado Blaise Compaoré e dois outros colaboradores.
Um militar, revolucionário marxista, pan-africanista e líder político, Thomas Sankara nasceu em Yako, a 21 de dezembro de 1949, e faleceu em Ouagadougou, a 15 de outubro de 1987.
A sua "Revolução Democrática e Popular" tinha como tarefas erradicar a corrupção, a luta contra a degradação ambiental, o empoderamento das mulheres e aumentar o acesso à educação e cuidados de saúde, visando eliminar os resquícios da dominação colonial francesa.
Sankara implementou com sucesso programas que muito reduziram a mortalidade infantil, aumentaram as taxas de alfabetização e frequência escolar, bem como o número de mulheres em cargos governamentais.
Pregou a autossuficiência económica do Burkina Faso, tentou abolir também os privilégios tribais, baniu as mutilações genitais, os casamentos forçados e a poligamia, e foi bem sucedido em promover campanhas contracetivas e vacinações infantis.
No plano ambiental, 10 milhões de árvores foram plantadas, só no primeiro ano da sua Presidência, num esforço para combater a desertificação.
Cerca de um ano após a sua chegada ao poder, ele mudou a bandeira, o hino e o nome do país de República do Alto Volta para Burkina Faso, o que significa aproximadamente "terra de pessoas honestas (ou íntegras)" em mossi e dyula, duas línguas indígenas mais faladas do país
Apesar dos grandes avanços feitos, houve forte oposição interna, em parte por causa dos problemas económicos e das suas políticas sociais mais progressistas que desagradavam os setores mais conservadores, e também de países vizinhos, especialmente a Côte d'Ivoire e o Togo, além de França e Estados Unidos.
A sua administração foi perdendo apoio popular e também cresceram conflitos internos dentro do seu Governo até que, em 15 de outubro de 1987, Sankara foi assassinado num golpe de Estado liderado pelo mesmo Blaise Compaoré.
-0- PANA NDT/IS/SOC/MAR/IZ 30maio2017
Valère Somé era antropólogo, pesquisador, escritor e coautor do discurso de orientação política do Conselho Nacional da Revolução (CNR) liderado pelo capitão Thomas Sankara, em 1993, tendo exercido igualmente as funções de ministro do Ensino Superior e Pesquisa Científica.
O seu companheiro Thomas Sankara foi um popular capitão chegado ao poder por via de um golpe de Estado e apoiado por Blaise Compaoré, outro camarada seu, quando o país ainda se chamava República do Alto Volta.
Começou como primeiro-ministro, antes de tornar-se em seguida no quinto Presidente desde a libertação do jugo colonial francês e no primeiro do Burkina Faso.
De seu nome completo Thomas Isidore Noël Sankara, ele foi derrubado e assassinado também num golpe de Estado liderado pelo seu então aliado Blaise Compaoré e dois outros colaboradores.
Um militar, revolucionário marxista, pan-africanista e líder político, Thomas Sankara nasceu em Yako, a 21 de dezembro de 1949, e faleceu em Ouagadougou, a 15 de outubro de 1987.
A sua "Revolução Democrática e Popular" tinha como tarefas erradicar a corrupção, a luta contra a degradação ambiental, o empoderamento das mulheres e aumentar o acesso à educação e cuidados de saúde, visando eliminar os resquícios da dominação colonial francesa.
Sankara implementou com sucesso programas que muito reduziram a mortalidade infantil, aumentaram as taxas de alfabetização e frequência escolar, bem como o número de mulheres em cargos governamentais.
Pregou a autossuficiência económica do Burkina Faso, tentou abolir também os privilégios tribais, baniu as mutilações genitais, os casamentos forçados e a poligamia, e foi bem sucedido em promover campanhas contracetivas e vacinações infantis.
No plano ambiental, 10 milhões de árvores foram plantadas, só no primeiro ano da sua Presidência, num esforço para combater a desertificação.
Cerca de um ano após a sua chegada ao poder, ele mudou a bandeira, o hino e o nome do país de República do Alto Volta para Burkina Faso, o que significa aproximadamente "terra de pessoas honestas (ou íntegras)" em mossi e dyula, duas línguas indígenas mais faladas do país
Apesar dos grandes avanços feitos, houve forte oposição interna, em parte por causa dos problemas económicos e das suas políticas sociais mais progressistas que desagradavam os setores mais conservadores, e também de países vizinhos, especialmente a Côte d'Ivoire e o Togo, além de França e Estados Unidos.
A sua administração foi perdendo apoio popular e também cresceram conflitos internos dentro do seu Governo até que, em 15 de outubro de 1987, Sankara foi assassinado num golpe de Estado liderado pelo mesmo Blaise Compaoré.
-0- PANA NDT/IS/SOC/MAR/IZ 30maio2017