Morreu de covid-19 ministro secretário-geral do Governo guineense
Conakry, Guiné-Conakry (PANA) - O ministro secretário-geral do Governo guineense, Sékou Kourouma, faleceu de covid-19 sábado à noite, no Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Donka, onde estava na unidade de cuidados intensivos, soube a PANA de fonte bem informada.
O alto funcionário, que confirmou pessoalmente, há 10 dias, na sua conta Facebook, que testou positivo ao coronavírus, juntou-se aos seus colegas das Obras Públicas, Moustapha Naïté, e da Segurança e Proteção Civil, Albert Damatang Camara, que também contraíram a doença.
De 60 anos de idade, o antigo ministro da Função Pública e ex-alto comissário para a Reforma do Estado morreu 24 horas depois do presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Amadou Salif Kébé, falecido sexta-feira de manhã igualmente na unidade de cuidados intensivos, em Donko.
Desde o primeiro caso detetado, a 12 de março último, a Guiné-Conakry registou oficialmente quatro mortes, constatadas pela Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSS) que dá conta de 518 casos no total e 65 curas.
Quarta-feira última, durante uma reunião no Palácio da República, o Presidente Alpha Condé exprimiu a sua indignação e deceção pela multiplicação dos casos positivos registados diariamente.
O chefe de Estado, que preside regularmente a reuniões de avaliação e informação, disse aos seus interlocutores da ANSS e do Ministério da Saúde Pública que ele não foi ouvido quando pediu, no início, que se alargasse a equipa de médicos e outros técnicos que devem trabalhar no combate à covid-19.
Ele afirmou que ao ritmo atual da progressão da doença, o país corre o risco de registar a mesma situação que a da passagem da epidemia do vírus de Ébola que fez dois mil e 500 mortos, entre 2012 e 2015.
Segundo ele, citando peritos internacionais, a Guiné-Conakry tem todas as vantagens para vencer a covid-19, após a passagem da epidemia de Ébola que os médicos trataram eficazmente.
O uso obrigatório da máscara tornou-se obrigatório, no país, desde sábado, numa recente decisão do Presidente Condé, que pediu às empresas locais, especializadas na confeção de máscaras e babetes, para começar a trabalhar, a fim de os seus compatriotas poderem obtê-los rapidamente a um preço acessível de dois mil e 500 francos guineenses, ou seja 200 francos CFA.
Qualquer infrator ao uso da máscara será punido com uma multa de desobediência civil de 30 mil francos guineenses, o equivalente a dois mil francos CFA (um dólar americano equivale a 600 francos CFA).
Devido à gravidade e à progressão da doença, a tomada de medidas adicionais, até 15 de maio próximo, tornou-se indispensável, até mesmo obrigatória, assegurou recentemente o Governo.
Lembre-se que um teste de despistagem, efetuado em março último, estabeleceu que o chefe de Estado e muitos dos seus colaboradores diretos eram negativos.
No entanto, outros funcionários da Presidência testaram positivos à covid-19 e estão sob tratamento médico.
-0- PANA AC/BEH/FK/IZ 19abril2020