PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Morreu Afonso Dhlakama em Moçambique
Maputo, Moçambique (PANA) - Afonso Dhlakama, o líder do principal partido da oposição de Moçambique e antigo grupo rebelde, Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), morreu quinta-feira por doença, segundo fontes do seu partido.
Afonso Dhlakama, de 65 anos, foi o líder da guerilha levada a cabo pela Renamo que durante décadas viveu nas montanhas de Gorongosa, na província central de Sofala, aonde ele regressou desde outubro de 2012. Ele tornou-se mais tarde chefe do partido Renamo.
A organização internacional de defesa dos direitos humanos HRW (Human Rights Watch) escreve no seu site web que, em Gorongosa, ele criou um campo para centenas dos seus apoiantes e antigos milicianos para combater o Governo se as suas exigências políticas fossem recusadas.
Reclamava pela organização de eleições livres e justas, uma melhor partilha dos recursos do país, o controlo duma parte do território moçambicano e a nomeação de membros da Renamo, que combateu o Governo liderado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), a cargos de tomada de decisão no seio das forças de defesa e segurança.
Ainda segundo a Human Rights Watch, em abril de 2013, a Renamo atacou uma Esquadra da Polícia na cidade de Muxungue, no centro do país. Este evento marcou o início duma série de ataques esporádicos contra as posições governamentais e entidades civis, nomeadamente hospitais e o transporte público, fazendo recear a retomada da guerra civil em Moçambique.
Afonso Dhlakama sucedeu ao primeiro chefe da Renamo, André Matsangaissa, morto em 1979 pelas forças governamentais de Moçambique. Sob o comando de Dhlakama, o grupo controlou uma grande parte do país e levou a cabo raides às vezes manchados por graves violações dos direitos humanos, assassinatos, tortura e violência sexual.
Em outubro de 1992, ele assinou um acordo de paz com o Governo e transformou a Renamo em partido político, que obteve 89 dos 250 assentos no Parlamento, em outubro de 2014.
A HRW afirma ter recolhido documentos relativos a numerosos abusos cometidos pela Renamo nas províncias do centro de Moçambique, desde novembro de 2015, até ao cessar-fogo de dezembro de 2016, designadamente assassinatos políticos, ataques contra os transportes públicos e pilhagem de clínicas. Ninguém foi responsabilizado por esses crimes.
A sua morte e a ausência de plano de sucessão clara no seio da Renamo é fonte de incerteza no ambiente político e enfrenta questões críticas sobre a capacidade do próximo líder para controlar centenas de homens armados no maquis e negociar um acordo de paz duradoura.
-0- PANA MA/NFB/IS/IBA/MAR/IZ 04maio2018
Afonso Dhlakama, de 65 anos, foi o líder da guerilha levada a cabo pela Renamo que durante décadas viveu nas montanhas de Gorongosa, na província central de Sofala, aonde ele regressou desde outubro de 2012. Ele tornou-se mais tarde chefe do partido Renamo.
A organização internacional de defesa dos direitos humanos HRW (Human Rights Watch) escreve no seu site web que, em Gorongosa, ele criou um campo para centenas dos seus apoiantes e antigos milicianos para combater o Governo se as suas exigências políticas fossem recusadas.
Reclamava pela organização de eleições livres e justas, uma melhor partilha dos recursos do país, o controlo duma parte do território moçambicano e a nomeação de membros da Renamo, que combateu o Governo liderado pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), a cargos de tomada de decisão no seio das forças de defesa e segurança.
Ainda segundo a Human Rights Watch, em abril de 2013, a Renamo atacou uma Esquadra da Polícia na cidade de Muxungue, no centro do país. Este evento marcou o início duma série de ataques esporádicos contra as posições governamentais e entidades civis, nomeadamente hospitais e o transporte público, fazendo recear a retomada da guerra civil em Moçambique.
Afonso Dhlakama sucedeu ao primeiro chefe da Renamo, André Matsangaissa, morto em 1979 pelas forças governamentais de Moçambique. Sob o comando de Dhlakama, o grupo controlou uma grande parte do país e levou a cabo raides às vezes manchados por graves violações dos direitos humanos, assassinatos, tortura e violência sexual.
Em outubro de 1992, ele assinou um acordo de paz com o Governo e transformou a Renamo em partido político, que obteve 89 dos 250 assentos no Parlamento, em outubro de 2014.
A HRW afirma ter recolhido documentos relativos a numerosos abusos cometidos pela Renamo nas províncias do centro de Moçambique, desde novembro de 2015, até ao cessar-fogo de dezembro de 2016, designadamente assassinatos políticos, ataques contra os transportes públicos e pilhagem de clínicas. Ninguém foi responsabilizado por esses crimes.
A sua morte e a ausência de plano de sucessão clara no seio da Renamo é fonte de incerteza no ambiente político e enfrenta questões críticas sobre a capacidade do próximo líder para controlar centenas de homens armados no maquis e negociar um acordo de paz duradoura.
-0- PANA MA/NFB/IS/IBA/MAR/IZ 04maio2018