Agência Panafricana de Notícias

Monumento da Renascença Africana inaugurado no Senegal

Dakar- Senegal (PANA) -- O Monumento da Renascença Africana foi inaugurado sábado último à tarde em Dakar, pelo Presidente senegalês, Abdoulaye Wade, na presença de 22 dois chefes de Estado africanos.
Esta estátua de 53 metros de altura, erguida numa colina muito acima do nível do Oceano Atlântico, representa uma mulher e um homem pegando uma criança com os seus braços e simboliza a renascença de África.
O lançamento da primeira pedra destas obras de construção deste monumento foi efectuado a 15 de Abril de 2002 na presença de várias personalidades africanas, das quais o ex-Pesidente nigeriano, Olusegun Obasanjo (de 1976 a 1979, enquanto militar, e de 1999 a 2003, enquanto civil).
"Este monumento é o resultado da paixão do Presidente Wade por África", declarou o arquitecto senegalês, Pierre Goudiaby Atépa, que supervisionou as obras de construção realixadas durante 34 meses por Senegaleses e Norte- Coreanos.
No seu discurso de bem-vindo, o Presidente senegalês magnificou a capacidade dos Africanos de ultrapassar os desafios e as dificuldades.
Ele evocou longamente as consequências negativas do tráfico de escravos e da colonização.
"Este monumento é o símbolo de África renascente após cinco séculos de escravatura e colonização.
Apesar de tudo que sofreu no passado, África está sempre lá, de pé.
Ela tropeçou muitas vezes mas nunca caiu", declarou Wade, defendendo uma integração política real do continente.
Wade, para quem este monumento "é um dever de memória", convidou os Africanos à ponderação e ao perdão.
"Devemos desculpar, mas não devemos esquecer", declarou o estadista senegalês, afirmando que a duração de vida desta obra é de aproximadamente mil 200 anos.
"Devemos conjugar as nossas forças, a nossa inteligência para garantir o nosso destino", prosseguiu o Presidente senegalês, instando a juventude africana a lutar para livrar o continente da sua situação socioeconómica e da sua balcanização.
Ao tomar a palavra, o ex-Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, saudou a iniciativa do Presidente Wade, sublinhando a importância do Monumento da Renascença Africana para a raça negra.
"Este momento não é um monumento do Senegal, nem de África.
É um monumento para o povo negro", declarou.
Por sua vez, o chefe de Estado malawí e presidente em exercício da União Africana (UA), Bingu wa Mutharika, felicitou o seu homólogo senegalês pela sua ideia "genial e generosa".
"Esta estátua é um orgulho para toda África e a sua diáspora.
Uma ideia que só podia ser mais pertinente", declarou Mutharika, apelando aos Africanos para acreditarem nas suas capacidades.
Entre os chefes de Estado presentes na cerimónia figuram Yahya Jammeh da Gâmbia, Amadou Toumani Touré do Mali, Blaise Compaoré do Burkina Faso, Laurent Gbagbo da Côte d'Ivoire, Mohamed Ould Abdel Aziz da Mauritânia, Denis Sassou Ngesso do Congo, Ali Bongo do Gabão, Ellen Johnson-Sirleaf da Libéria, Pedro Pires de Cabo Verde e Boni Yayi do Benin.
A inauguração do monunento decorreu igualmente na presença duma forte delegação de Afro-Americanos liderada pelo reverendo Jessie Jackson, e de várias personalidades políticas e religiosas do Senegal.
Porém, na manhã de sábado, a oposição senegalesa organizou uma marcha de protesto contra a construção deste monumento, que qualificou de "desperdício".