PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Moeda angolana regista nova depreciação de 2% face ao euro
Luanda, Angola (PANA) - A moeda angolana, kwanza, depreciou-se em mais dois porcento em relação ao euro, que passa a custar agora 253,7 unidades contra as anteriores 248,77.
A nova cotação resultou do quinto leilão de divisas realizado, terça-feira, pelo Banco Nacional de Angola (BNA, central), no âmbito de um novo regime de câmbio flutuante, que, desde 9 de janeiro corrente, substituiu o anterior modelo de câmbio fixo.
Desde a entrada em vigor deste novo regime cambial, a depreciação do kwanza face ao euro, nova moeda de referência que substituiu o dólar americano, já atingiu os 27 porcento.
O quinto leilão de venda de divisas do ano de 2018 contou com a participação de 26 bancos comerciais, que absorveram integralmente os 81,8 milhões de euros oferecidos pelo banco central, tendo sido apurada uma taxa média ponderada de venda de 253,706 kwanzas por euro.
Em função da nova cotação, o dólar americano passou a valer 207,006 kwanzas angolanos contra os anteriores 202,61.
Contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 17 dos 26 bancos participantes, tendo a taxa mais alta sido de 253,747 kwanzas por euro e a mais baixa de 253,126 por euro.
De acordo com Tony Stringer, diretor do departamento dos ‘ratings’ soberanos da agência de notação financeira Fitch, a depreciação da moeda angolana traz “dores de curto prazo”, mas terá depois um efeito positivo.
“A depreciação da moeda traz dores a curto prazo em termos de inflação, por exemplo, mas é parte de um ajustamento que terá de acontecer antes de a economia se reequilibrar, e terá um efeito positivo” na avaliação da qualidade do crédito do país, disse Tony Stringer.
O BNA justificou a decisão de adotar o câmbio flutuante pela excessiva sobrevalorização da moeda nacional atribuída ao regime fixo que vigorou até ao dia 09 de janeiro corrente.
De acordo com o governador do BNA, José de Lima Massano, o câmbio fixo fez com que, mesmo com a alta taxa de inflação que atingiu os 27 porcento, o kwanza se mantivesse estável, até se tornar na quarta moeda mais sobrevalorizada do mundo.
Em termos de sobrevalorização, disse, o kwanza apenas perde para as moedas da Venezuela, da Síria e do Iémen, em conformidade com dados apresentados recentemente por uma instituição europeia que estuda a economia no mundo.
O governador, que falava na Assembleia Nacional (AN, Parlamento) durante os debates sobre o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, lembrou aos deputados que a vigência do regime de câmbio fixo não significou uma redução de preços mas que, antes pelo contrário, "houve uma queda acentuada das reservas internacionais líquidas do país".
Ele precisou que, no final do ano passado, Angola registou uma queda das suas reservas na ordem dos 33 porcento com o risco de atingir os 50 porcento este ano, a manter-se as atuais circunstâncias do ano anterior em termos de receitas e da despesa em moeda estrangeira.
"Assumindo-se que a nível da receita tenhamos um comportamento muito semelhante ao de 2017 e a nível da despesa em moeda estrangeira se mantenha o mesmo ritmo, corremos o risco de, no final deste ano, registarmos uma queda das nossas reservas em cerca de 50 porcento”, alertou Massano, quando apresentava as razões da rutura com regime de câmbio fixo.
Ele explicou que o objetivo é tornar a economia angolana competitiva em relação a dos outros países da região, em conjugação com outras medidas de ajustamento monetário previstas no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) para 2018.
A adoção dessas medidas vai exigir nalguns casos sacrifícios, mas constitui um exercício necessário que visa proteger a economia e a sociedade, realçou.
Com o mesmo objetivo, concluiu, o BNA decidiu também ajustar em alta a taxa básica de juros de 16 para 18 porcento, para proteger os depósitos e manter um melhor controlo sobre a liquidez na economia.
-0- PANA IZ 24jan2018
A nova cotação resultou do quinto leilão de divisas realizado, terça-feira, pelo Banco Nacional de Angola (BNA, central), no âmbito de um novo regime de câmbio flutuante, que, desde 9 de janeiro corrente, substituiu o anterior modelo de câmbio fixo.
Desde a entrada em vigor deste novo regime cambial, a depreciação do kwanza face ao euro, nova moeda de referência que substituiu o dólar americano, já atingiu os 27 porcento.
O quinto leilão de venda de divisas do ano de 2018 contou com a participação de 26 bancos comerciais, que absorveram integralmente os 81,8 milhões de euros oferecidos pelo banco central, tendo sido apurada uma taxa média ponderada de venda de 253,706 kwanzas por euro.
Em função da nova cotação, o dólar americano passou a valer 207,006 kwanzas angolanos contra os anteriores 202,61.
Contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 17 dos 26 bancos participantes, tendo a taxa mais alta sido de 253,747 kwanzas por euro e a mais baixa de 253,126 por euro.
De acordo com Tony Stringer, diretor do departamento dos ‘ratings’ soberanos da agência de notação financeira Fitch, a depreciação da moeda angolana traz “dores de curto prazo”, mas terá depois um efeito positivo.
“A depreciação da moeda traz dores a curto prazo em termos de inflação, por exemplo, mas é parte de um ajustamento que terá de acontecer antes de a economia se reequilibrar, e terá um efeito positivo” na avaliação da qualidade do crédito do país, disse Tony Stringer.
O BNA justificou a decisão de adotar o câmbio flutuante pela excessiva sobrevalorização da moeda nacional atribuída ao regime fixo que vigorou até ao dia 09 de janeiro corrente.
De acordo com o governador do BNA, José de Lima Massano, o câmbio fixo fez com que, mesmo com a alta taxa de inflação que atingiu os 27 porcento, o kwanza se mantivesse estável, até se tornar na quarta moeda mais sobrevalorizada do mundo.
Em termos de sobrevalorização, disse, o kwanza apenas perde para as moedas da Venezuela, da Síria e do Iémen, em conformidade com dados apresentados recentemente por uma instituição europeia que estuda a economia no mundo.
O governador, que falava na Assembleia Nacional (AN, Parlamento) durante os debates sobre o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, lembrou aos deputados que a vigência do regime de câmbio fixo não significou uma redução de preços mas que, antes pelo contrário, "houve uma queda acentuada das reservas internacionais líquidas do país".
Ele precisou que, no final do ano passado, Angola registou uma queda das suas reservas na ordem dos 33 porcento com o risco de atingir os 50 porcento este ano, a manter-se as atuais circunstâncias do ano anterior em termos de receitas e da despesa em moeda estrangeira.
"Assumindo-se que a nível da receita tenhamos um comportamento muito semelhante ao de 2017 e a nível da despesa em moeda estrangeira se mantenha o mesmo ritmo, corremos o risco de, no final deste ano, registarmos uma queda das nossas reservas em cerca de 50 porcento”, alertou Massano, quando apresentava as razões da rutura com regime de câmbio fixo.
Ele explicou que o objetivo é tornar a economia angolana competitiva em relação a dos outros países da região, em conjugação com outras medidas de ajustamento monetário previstas no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) para 2018.
A adoção dessas medidas vai exigir nalguns casos sacrifícios, mas constitui um exercício necessário que visa proteger a economia e a sociedade, realçou.
Com o mesmo objetivo, concluiu, o BNA decidiu também ajustar em alta a taxa básica de juros de 16 para 18 porcento, para proteger os depósitos e manter um melhor controlo sobre a liquidez na economia.
-0- PANA IZ 24jan2018