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Moçambique lança centro de estudo do petróleo e gás

Maputo, Moçambique (PANA) - O Governo moçambicano lançou, quarta-feira, o Centro de Excelência em África em Estudos de Engenharia e Tecnologias de Petróleo e Gás (CS-OGET), que visa essencialmente efetuar e produzir investigação científica na área de petróleo e gás.

Orçado em cerca de seis milhões de dólares americanos desembolsados pelo Banco Mundial (BM) para produzir resultados nos próximos cinco anos, o CS-OGET deverá ser instalado na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

Em 2016, os governos africanos aprovaram na capital queniana, Nairobi, os Centros de Excelência, em resposta à necessidade de dar oportunidades de formação pós-graduação a jovens africanos em áreas como saúde, educação, agricultura, tecnologias de informação e comunicação, bem como nas áreas integradas de ciência, tecnologia, energia e matemática.

Após a sua seleção, o projeto do CS-OGET do país foi posteriormente aprovado pelo BM, em maio de 2016.

Discursando na cerimónia de lançamento, o ministro moçambicano da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, exigiu que o Centro produza uma investigação aplicada para contribuir na resolução dos problemas reais que a indústria emergente dos hidrocarbonetos enfrenta.

Nhambiu disse acreditar que a instituição irá conquistar e beneficiar da visibilidade académica, bem como científica, transportando o país para um novo patamar que poderá orgulhar os Moçambicanos.

Frisou que a abundância de hidrocarbonetos bem como a localização geográfica estratégica de Moçambique propiciam a instalação de unidades fabris para servir esta indústria que poderá, por sua vez, catalisar o desenvolvimento acelerado do país.

Reconheceu, porém, que Moçambique possui um potencial científico inferior ao contexto dos países industrializados, e, por causa disso, torna-se imperioso que a visão governativa se concentre no desenvolvimento de estratégias bem delineadas para originar a rápida inversão desse cenário.

“A responsabilidade de acolher o Centro de Excelência numa área prioritária para o país e para a região é um desafio de trabalhar com afinco para concretizar os objetivos de contribuir para que mais jovens talentos moçambicanos e da região tenham acesso aos cursos de Mestrado e Doutoramento nas diferentes vertentes das áreas de Engenharia do Petróleo e Gás", disse.

Segundo ele, tal situação permitirá ainda criar o ambiente académico e oferecer os meios mais adequados para uma formação robusta e adequada às exigências do mercado laboral.

Por seu turno, o diretor do BM para a região austral de África, Mark Lundell, disse estar ansioso por ver soluções provenientes do Centro, o que deverá apoiar o país e a região a equipar-se de conhecimentos nas áreas de petróleo, gás e energias.

Para Lundell, cada uma das áreas de hidrocarbonetos mostra-se importante para a futura economia do país, dada a abundância dos recursos minerais existentes.

“Esse conhecimento ajudará os jovens a adquirirem as competências necessárias para tirar partido das novas oportunidades económicas apresentadas pela exploração da riqueza dos recursos naturais”, disse.

Lundell frisou que o CS-OGET deverá desenvolver modelos para promover uma formação de qualidade na indústria, bem como para reforçar as normas de qualidade existentes no país e que sirva de ligação entre provedores de serviços e setores produtivos.

O alto funcionário do BM lembrou que, atualmente, existe um total de 24 Centros de Excelência distribuídos por oito paises (Etiópia, Quénia, Malawi, Ruanda, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Moçambique).

-0- PANA AIM/IZ 04maio2017
ac/sn