PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Moçambique admite dificuldades na identificação de mentores de rapto de albinos
Maputo, Moçambique (PANA) - O ministro moçambicano da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Abduremane Lino de Almeida, admitiu quarta-feira a existência de dificuldades na identificação dos mentores dos raptos de pessoas portadoras de albinismo no país, sobretudo nas regiões centro e norte.
Lino de Almeida, que falava na Assembleia da República (AR, Parlamento), explicou que a Polícia moçambicana identificou até agora 91 suspeitos, todos de nacionalidade moçambicana, dos quais 56 estão encarcerados e os restantes em liberdade.
“Nota-se dificuldade de se identificar os presumíveis autores morais destes tipos de crimes, ou seja, os mandantes, principalmente porque a maior parte dos detidos e indiciados limitam-se apenas a dizer que praticaram o crime porque pretendiam com o produto efetuar a venda a pessoas interessadas", disse o ministro.
O governante disse que a província de Nampula, com 22 casos, acabou por tornar-se no epicentro do crime.
As províncias nortenhas de Niassa e Cabo Delgado registaram cinco e três casos respetivamente, seguindo-se a província meridional de Inhambane com dois.
Segundo Lino de Almeida, um levantamento recente indica que a principal motivação dos mentores do crime consiste em obterem partes do corpo (órgãos genitais, cabelo, unhas e olhos) das pessoas portadoras de albinismo para posterior venda.
O ministro citou o caso de algumas crenças que levam as pessoas a praticar estes crimes, explicando que “os olhos de uma pessoa com albinismo constituem uma isca especial para determinado tipo de pescado de fundo do mar, que contém no seu interior, pedras raras que, quando vendidas no mercado internacional, rendem avultadas somas de dinheiro”.
Outro exemplo é a utilização dos ossos de uma pessoa portadora de albinismo que, na perspetiva dos mentores, possuem “propriedades específicas que, por exemplo, quando colocados num recipiente que contenha algum líquido, uma coca-cola, este gela de imediato”.
O titular da pasta de Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos anunciou que, além do tratamento forense, o Governo iniciou a distribuição gratuita de medicamentos às pessoas portadoras de albinismo, incluindo protetores solares.
Por outro lado, referiu, o setor da educação lançou uma campanha contra a discriminação nas escolas públicas, que decorre sob o lema “O albino é meu irmão”, enquanto o setor da cultura lançou, paralelamente, um estudo preliminar sobre a avaliação socioantropológica do albinismo em Nampula.
Com este estudo, o Governo pretende subsidiar um plano de ação para as regiões abrangidas pelo crime de rapto e assassinato de pessoas portadoras de albinismo.
O governante prometeu reativar os grupos de referência sobre o tráfico de seres humanos, em coordenação com outras forças vivas da sociedade, como forma de mostrar o compromisso do Estado no combate a este mal.
-0- PANA AIM/IZ 05nov2015
Lino de Almeida, que falava na Assembleia da República (AR, Parlamento), explicou que a Polícia moçambicana identificou até agora 91 suspeitos, todos de nacionalidade moçambicana, dos quais 56 estão encarcerados e os restantes em liberdade.
“Nota-se dificuldade de se identificar os presumíveis autores morais destes tipos de crimes, ou seja, os mandantes, principalmente porque a maior parte dos detidos e indiciados limitam-se apenas a dizer que praticaram o crime porque pretendiam com o produto efetuar a venda a pessoas interessadas", disse o ministro.
O governante disse que a província de Nampula, com 22 casos, acabou por tornar-se no epicentro do crime.
As províncias nortenhas de Niassa e Cabo Delgado registaram cinco e três casos respetivamente, seguindo-se a província meridional de Inhambane com dois.
Segundo Lino de Almeida, um levantamento recente indica que a principal motivação dos mentores do crime consiste em obterem partes do corpo (órgãos genitais, cabelo, unhas e olhos) das pessoas portadoras de albinismo para posterior venda.
O ministro citou o caso de algumas crenças que levam as pessoas a praticar estes crimes, explicando que “os olhos de uma pessoa com albinismo constituem uma isca especial para determinado tipo de pescado de fundo do mar, que contém no seu interior, pedras raras que, quando vendidas no mercado internacional, rendem avultadas somas de dinheiro”.
Outro exemplo é a utilização dos ossos de uma pessoa portadora de albinismo que, na perspetiva dos mentores, possuem “propriedades específicas que, por exemplo, quando colocados num recipiente que contenha algum líquido, uma coca-cola, este gela de imediato”.
O titular da pasta de Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos anunciou que, além do tratamento forense, o Governo iniciou a distribuição gratuita de medicamentos às pessoas portadoras de albinismo, incluindo protetores solares.
Por outro lado, referiu, o setor da educação lançou uma campanha contra a discriminação nas escolas públicas, que decorre sob o lema “O albino é meu irmão”, enquanto o setor da cultura lançou, paralelamente, um estudo preliminar sobre a avaliação socioantropológica do albinismo em Nampula.
Com este estudo, o Governo pretende subsidiar um plano de ação para as regiões abrangidas pelo crime de rapto e assassinato de pessoas portadoras de albinismo.
O governante prometeu reativar os grupos de referência sobre o tráfico de seres humanos, em coordenação com outras forças vivas da sociedade, como forma de mostrar o compromisso do Estado no combate a este mal.
-0- PANA AIM/IZ 05nov2015