Agência Panafricana de Notícias

Ministro nigerino do Interior destaca êxito do referendo

Niamey- Níger (PANA) -- O ministro de Estado nigerino encarregue do Interior e Descentralização, Abouba Albadé, saudou sexta-feira o "bom desenrolamento" do escrutínio do referendo constitucional de 4 de Agosto e a mobilização excepcional das populações.
De acordo com Albadé, este "êxito" se deve à qualidade do novo ficheiro eleitoral, e os Nigerinos devem estar feliz de ter mostrado diante do mundo que são capazes de fazer as coisas eles próprios.
"Segundo os resultados que estão a ser agrupados e divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), estamos muito feliz de constatar a tendência geral para o "Sim", uma taxa de participação muito elevada, diria mesmo excepcional, já que de todos os escrutínios organizados no Níger desde 1993 esta é a primeira vez que registamos tal nível de participação", indicou.
Contudo, deplorou o comportamento de jornalistas da imprensa internacional que apontava para uma fraca taxa de participação.
"Não sei se isto pode ser considerado como jornalismo.
Aproveito a ocasião para endereçar uma severa advertência a todos os que tentarão desacreditar todo o que fazemos", preveniu.
Reagindo à proposta da União Europeia que convida ao restabelecimento da ordem constitucional normal, Albadé disse não compreender que na altura em que o Níger se dota duma nova Constituição, parceiros queiram opor-lhe o argumento da ordem constitucional.
"Não estou ao corrente desta posição da União Europeia, não sou ministro da Cooperação.
Sou ministro do Interior e a este título organizámos um referendo com base na vontade do povo soberano e isto não é uma exigência imposta por alguns parceiros que devem dizer-nos o que devemos e o que não devemos fazer", afirmou.
Organizado pelo Presidente Mamadou Tanja para se manter durante três anos no poder e depois disputar um terceiro mandato, este referendo controverso é objecto de protestos dos partidos da oposição e de grande parte da comunidade internacional.
Para realizar o referendo, o Presidente Tanja dissolveu sucessivamente a Assembleia Nacional e o Tribunal Constitucional, que se recusou a validar o seu projecto de referendo.