Agência Panafricana de Notícias

Ministro desafia autoridade de Vice-Presidente nigeriano

Lagos- Nigéria (PANA) -- O ministro nigeriano dos Petróleos, Rilwanu Lukman, desrespeitou a ordem do Vice-Presidente ao partir para Viena, na Áustria, para passar as festas de Natal.
O Vice-Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, Presidente interino na ausência do chefe de Estado Umaru Yar'Aua, em tratamento médico na Árabia Saudita, deu ordem a três membros do Governo, incluindo os ministros dos Petróleos e da Energia para permanecer na Nigéria enquanto uma solução não for encontrada para a crise energética no país.
Milhões de Nigerianos renunciaram a viajar durante as férias de Natal e do fim do ano devido à penúria de combustíveis que paralisou todas as actividades económicas e sociais no maior país produtor de petróleo em África.
"É deplorável que Lukman tenha tomado a decisão de desafiar as instruções do Vice-Presidente, que, no quadro dos esforços do Governo com vista a encontrar soluções duradouras para a crise energética prevalecente no país, deu aos membros do Governo a ordem para não sair do país durante este período do ano", revela o jornal "The Guardian" divulgado esta sexta-feira.
O jornal, citando uma fonte não precisada, considera que este desafio poderia ser interpretado como uma falta consideração pelas instituições representadas pelo Vice-Presidente.
Vozes levantaram-se para criticar o Presidente Yar'Adua por não ter delegado o seu poder ao Vice-Presidente em conformidade com as disposições constitucionais, causando assim um vazio de poder no país.
A oposição aproveitou este recente acontecimento para confirmar a sua tese de que a Nigéria está sob pilotagem automática com uma única pessoa na liderança.
A raridade de combustíveis na Nigéria deve-se ao facto de o país importar combustíveis para o consumo interno por causa da avaria das refinarias e a problemas ligados à importação.
No entanto, o Departamento dos Recursos Petrolíferos proibiu a venda do petróleo em bidões e ameaça processar as estações de combustíveis.
Esta decisão inscreve-se nos esforços do Governo para pôr termo a esta crise.