Agência Panafricana de Notícias

Ministro da Justiça demite-se em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O ministro santonense da Justiça e dos Direitos Humanos, Roberto Raposo, colocou o seu cargo à disposição do primeiro-ministro e chefe do Governo, depois de a imprensa privada ter publicado gravações de declarações suas sobre o estado da Justiça no país, soube-se de fonte oficial em São Tomé.

O ministro justificou a sua decisão pelo facto de não ter sido informado de que as suas declarações seriam gravadas durante uma sessão de auscultação da terceira Comissão Especializada da Assembleia Nacional.

Num comunicado de imprensa a que a PANA teve acesso esta terça-feira, Roberto Raposo afirma que as "gravações foram obtidas de forma fraudulenta no servidor da Assembleia Nacional (Parlamento)".

Nas suas declarações na terçeira Comissão Especializada do Parlamento, Raposo disse que o sistema judiciário funciona com juízes e magistrados "medíocres".

Ele disse que os Tribunais não são independentes e que durante a primeira inspeção dos magistrados judiciais "houve interferência política".

"Fez-se a primeira avaliação do desempenho dos magistrados. Eu estava na sala do Conselho Superior da Magistratura (na altura procurador-geral da República). A classificação da maioria foi medíocre, juízes eles não poderiam ser. O que aconteceu foram telefonemas políticos. As notas foram alteradas e todos continuam no sistema. Vocês querem o quê? Eu falo com provas. E cá está. É essa a cruz que temos que carregar", explica Roberto Raposo na gravação tornada pública por um diário eletrónico do país.

-0- PANA RMG/IZ 03fev2016