Nouakchott, Mauritânia (PANA) - O Ministério Público (MP), em Nouakchott, manifestou a sua indignação pelas declarações feitas pela defesa do antigo Presidente, Mohamed ould Abdel Aziz, pondo em causa a seriedade da Justiça mauritana.
Num comunicado emitido no fim de semana, o MP afirma que a Justiça na Mauritânia "goza de uma independência plena e inteira" e que todo e qualquer atentado à sua integridade "é inaceitável”.
O MP respondia ao advogado franês David Rajju e colega seu que denunciaram a recente detenção de Aziz como uma "uma farsa judiciária" em violação da Constituição mauritana.
O antigo chefe de Estado da Mauritânia estava detido desde segunda-feira, 17 de agosto, no quadro de um inquérito preliminar realizado pela Polícia de Repressão dos Crimes Económico e Financeiros.
Na sua declaração, o Ministério Público condena as declarações dos dois advogados estrangeiros, lembrando que o exercício, na Mauritânia, da profissão de advogado por estrangeiros exige destes "o respeito escrupuloso das leis nacionais bem como da ética e das tradições profissionais mauritanas".
"Se os direitos de defesa são protegidos, estes não podem, no entanto, ser explorados para fins de prejudicar a Justiça, o seu pessoal ou a primazia da lei mauritana", sublinha a nota do Ministério Público.
Esclarece que as imunidades e os meios de defesa "são levantados em outra etapa do processo" e que todo e qualquer erro neste sentido "constitui uma infração criminal e expõe o seu autor ao rigor da lei”.
-0- PANA SAS/TBM/FK/IZ 24agosto2020