Agência Panafricana de Notícias

Militares suspendem Parlamento na Líbia

Tripoli, Líbia (PANA) - Os confrontos armados de domingo em Tripoli fizeram dois mortos e 55 feridos, segundo o Governo líbio que condenou o recurso as armas para fazer valer opiniões, enquanto um oficial superior do Exército anunciou a suspensão do Congresso Nacional Geral (CNG, Parlamento).

Num comunicado lido pelo ministro da Justiça, Salah al-Marghani, o Governo líbio considera que as ideias devem ser defendidas por meios pacíficos garantidos pela lei.

Por seu turno, o coronel Mokhtar Fernan, comandante da Polícia militar, anunciou, num comunicado lido na televisão em nome do comandante militar, o congelamento do funcionamento do CNG, e a sua substituição pela Autoridade Constituinte dos 60, eleita em fevereiro passado, para se libertar das prerrogativas legislativas e de controlo.

O comunicado anuncia a manutenção do Governo de Abdallah al-Theni para continuar a sua missão até a organização de eleições parlamentares e presidenciais e delega ao Exército, a Polícia e aos verdadeiros revolucionários a missão de manutenção da ordem no país.

"O povo líbio não vai aceitar que o pais se torne num refúgio para os terroristas e os extremistas", acrescenta o comunicado dos militares, que afirmam terem "recuperado o poder das maos dos que o usurparam".

O coronel Fernan precisa que o que ocorreu domingo em Tripoli "não foi um golpe de Estado contra o poder, mas uma tomada de posição com a vontade do povo".

Grupos armados atacaram domingo a sede do CNG, depois do fim da sua reunião plenária, fazendo disparos antes de se defrontar com forças do Ministério do Interior.

Colunas de veículos equipados de canhões antiaéreos foram vistos por testemunhas a partir da estrada do aeroporto, uma zona controlada pela brigada da cidade de Zenten (sul) e participaram no ataque contra a sede do CNG antes de se retirarem.

Durante a sua retirada, estes grupos armados tiveram confrontos com outras milícias rivais na estrada do aeroporto e nos bairros vizinhos.

O porta-voz das tropas do general reformado Khalifa Hafter, Mohamed Hijazi, indicou na televisão Libya Al-Ahrar que os assaltantes são tropas do "Exército nacional", uma denominação com que o general Khalifa Haftar batizou os seus fiéis.

Estes confrontos ocorrem num contexto de crise política com a divulgação da composição do novo Governo de Ahmed Maitigue, eleito em condições controversas.

Violentos confrontos opuseram sexta-feira milícias islamitas às tropas de Khalifa Hafter apoiadas por oficiais do Exército e tribos que fizeram 79 mortos e 141 feridos em Benghazi.

-0- PANA BY/JSG/MAR/IZ 19maio2014