Agência Panafricana de Notícias

Militares portugueses em Cabo Verde para eventual missão na Guiné-Bissau

Praia, Cabo Verde (PANA) – Um contingente e dois aviões militares portugueses chegaram domingo à noite à ilha cabo-verdiana do Sal para apoiar eventuais operações de retirada de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau, apurou a PANA esta segunda-feira na cidade da Praia de fonte segura.

A Rádio de Cabo Verde (RCV) revelou hoje que o contingente militar português, integrante da Força de Reação Imediata (FRI), está estacionado no quartel da 2ª Região Militar das Forças Armadas Cabo-verdianas, localizado nas imediações do aeroporto internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal.

Dos dois aviões que aterraram domingo à noite, designadamente um C-130 e um P-3 Orion, o primeiro regressou já a Lisboa, para descarregar material diverso, enquanto o segundo permaneceu estacionado naquele aeroporto.

O Governo de Portugal decidiu, na passada sexta-feira, operacionalizar a FRI, integrada ainda por uma fragata e por duas corvetas, com o objetivo de ficar mais próximo da Guiné-Bissau a fim de, caso venha a ser necessário, proceder a uma missão de evacuação de cidadãos portugueses e de pessoas de outras nacionalidades.

É neste sentido que Portugal terá solicitado às autoridades cabo-verdianas a respetiva autorização para que essas unidades da marinha de guerra portuguesa, que partiram também domingo de Lisboa, utilizem as águas territoriais do arquipélago cabo-verdiano, para uma eventual operação na Guiné-Bissau.

Domingo último, fonte oficial do Ministério português da Defesa revelou que os militares não têm, para já, qualquer operação definida, mas garantiu que “não há nenhum projeto de intervenção militar previsto”.

A decisão de aumentar o nível de prontidão da FRI foi conhecida na sexta-feira, um dia depois do golpe militar na Guiné-Bissau, protagonizada por um autodenominado Comando Militar que depôs o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior.

Sábado, em Lisboa, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) decidiram também propor uma força de interposição para a Guiné-Bissau, com mandato definido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, a fim de
garantir a defesa da paz, da segurança e da ordem constitucional.

A força de interposição visaria ainda a proteção das instituições, das autoridades legítimas e das populações, a conclusão do processo eleitoral e a concretização da reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau.

-0- PANA CS/DD 16abr2012