Militantes do partido presidencial contestam resultados das senatoriais na RDC
Kinshasa, RD Congo (PANA) – Os militantes da União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), partido do Presidente Félix Tshisekedi, organizaram, sábado, em Kinshasa, manifestações de protesto contra os resultados das eleições senatoriais que deram uma vitória de mais de dois terços à Frente Comum para o Congo (FCC), plataforma do ex-Presidente Joseph Kabila.
Para os militantes da UDPS, o fracasso do seu partido nas eleições senatoriais em todas as 24 províncias onde se realizaram, sexta-feira última, deveu-se à corrupção de alguns dos seus deputados.
Por isso, apelaram para "sanções contra os corruptores e os corruptos".
Os manifestantes descontentes ergueram barricadas em vários pontos tensos das artérias da cidade de Kinshasa, queimando pneus e entoando canções que apelam para sanções exemplares.
A sede do Partido do Povo para a Reconstrução e Democracia (PPRD), partido do ex-Presidente Kibali, foi pilhada.
A nível do Parlamento, a UDPS elegeu cerca de 30 deputados provinciais, em todo o país, no quadro das eleições legislativas de 30 de dezembro passado, em que a FCC obteve quase 350 dos 485 assentos provisórios na Assembleia Nacional de 500 lugares.
O procurador-geral da República, Flory Kabange Numbi, emitiu o desejo de adiar as eleições dos senadores e governadores a fim de lhe permitir obter “elementos probantes” sobre as alegações de “corrupção intensa” que visam os deputados provinciais e os candidatos em liça, mas a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) rejeitou este pedido.
Duas dezenas de pessoas retiraram as suas candidaturas, das quais Luzolo Bambi, o conselheiro do ex-Presidente Joseph Kabila em matéria de luta contra a corrupção, e Evariste Mabi Mulumba , antigo primeiro-ministro.
"Não é aceitável que uma câmara parlamentar prestigiosa como o Senado seja desacreditada por um modo eleitoral permeável à corrupção de forma tão notória”, indicou Evariste Mavi Mulumba.
Várias personalidades de todas as tendências políticas denunciaram uma alegada venda ilícita dos votos pelos eleitos provinciais, que exigiriam somas de 20 mil a 50 mil dólares americanos (18 mil a mil 44 mil euros) por deputado provincial.
-0-PANA/FK/IZ 17março2019