Milhares manifestam-se contra insegurança no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Vários milhares de pessoas saíram sábado às suas ruas da capital burkinabe, Ouagadougou, e em diversas outras cidades do Burkina Faso para denunciar “o silêncio” das autoridades face à subida dos ataques terroristas no país, constatou a PANA no local.
Desde cedo na manhã de sábado, os manifestados já estavam concentrados, na Praça da Revolução, em Ouagadougou, para denunciar a atitude do Governo na gestão da situação de segurança do país.
Na ocasião, o líder da oposição, Eddie Komboïgo, traçou um balanço negativo das atuais autoridades do país desde o início, em 2015, dos ataques terroristas, coincidindo com a sua chegada ao poder.
Komboïgo lembrou que desde essa data, o país já registou mais de mil e 300 mortos e mais de um milhão 300 mil deslocados.
E desde o início deste ano, acrescentou, "registamos mais de 500 mortos”.
Para ele, o resultado da luta contra o terrorismo é “catastrófica” e esta marcha que pretende ser “pacífica e silenciosa” tem por finalidade prestar homenagem aos mártires e interpelar o Governo.
"Pedimos ao Governo que tome medidas fortes para restabelecer a segurança, no Burkina Faso. Sem paz nem segurança, não existe esperança de desenvolvimento”, disse Komboïgo, que apelou para a organização de sessões nacionais sobre a segurança e a dotação das forças de defesa e segurança de equipamentos adequados.
Afirmou que que a oposição tomou nota da decisão do chefe de Estado de assumir ele próprio a Defesa, lembrando que ele já ocupou esta função no país e "com um resultado catastrófico”.
As manifestações foram organizadas em várias outras cidades do Burkina Faso e mobilizaram vários milhares de pessoas, de acordo com fontes concordantes.
Na cidade de Kaya (centro-norte), o antigo primeiro-ministro sob o regime de Blaise Compaoré, Kadré Désiré Ouedraogo, participou na manifestação, de acordo com a Agência Burkinabe Notícias (AIB).
-0- PANA TNDD/JSG/SOC/FK/IZ 04julho2021