Migrantes subsarianos vítimas de atos racistas na Tunísia
Túnis, Tunísia (PANA) – Mais de 50 por cento dos migrantes provenientes dos países africanos ao sul do Sara sofreram atos racistas e de ódio por parte dos Tunisinos, revela um estudo elaborado pelo Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais (FTDES).
Segundo os autores do estudo divulgado segunda-feira, um total de 51,1 por cento dos migrantes subsarianos foram vítimas de tratamentos racistas, na Tunísia.
Uma docente da Universidade "Fatine Meskani", que supervisionou o estudo, indicou durante uma conferência de imprensa, em Túnis, que os atos de racismo sofridos pelos migrantes estão essencialmente ligados a insultos (89,60%) seguidos de violência física, chantagem e falta de respeito, entre outras afrontas.
Explicou que as origens dos atos racistas perpetrados contra estes migrantes dividem-se nas categorias de "atos individuais" perpetrados por cidadãos, taxistas e proprietários de lojas e "outros" praticados por instituições públicas como a Polícia, os centros de acolhimento, estruturas privadas e empregadores.
Sobre a situação dos trabalhadores subsarianos, a sondagem baseada numa amostra de 662 migrantes, sublinha que estes são regidos por leis que datam dos anos 60 e exercem profissões precárias que se distinguem por várias formas de exploração e violação dos critérios morais reconhecidos no plano do trabalho.
As principais causas que levam estes migrantes a buscar continuamente novos empregos abrangem, segundo o estudo, a exploração, a falta de respeito, problemas salariais e condições de trabalho.
Os interrogados fizeram uma série de propostas para melhorar a sua situação, na Tunísia, das quais o melhoramento dos aspetos económicos e sociais, a clarificação do estatuto jurídico dos migrantes, o respeito dos seus direitos, a luta contra o racismo e a atribuição das oportunidades de trabalho aos estudantes estrangeiros.
-0- PANA YY/IN/BEH/MAR/IZ 16dez2019