PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Melhoria na educação em África exige fim da corrupção, diz perito
Túnis- Tunísia (PANA) -- A melhoria do sistema educativo em África passa irremediavelmente por uma mudança radical de atitudes para o fim da corrupção e da tirania, segundo um especialista da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA).
Para Lawalley Cole, coordenador da ADEA para o Grupo de Trabalho sobre Comunicação para o Desenvolvimento, é necessária uma mudança de mentalidades entre os governantes para se cultivar o princípio da legalidade.
Cole falava a um grupo de jornalistas africanos convidados pela sua organização para acompanhar uma conferência ministerial de três dias sobre os efeitos da crise mundial na educação aberta quarta-feira na capital tunisina, Túnis.
Ele argumentou que o sistema educativo, à semelhança dos outros sectores, apresenta-se amplamente desenvolvido nos outros continentes porque se trata de sociedades assentes na ética, na boa governação e no respeito pela lei.
“Devemos interrogar-nos por que a lei não funciona em África quando ela funciona nos outros continentes?”, disse, corroborando com a posição do Presidente norte-americano, Barack Obama, de que, apesar de se reconhecer os erros do passado colonial, os Africanos não podem continuar a culpar eternamente o Ocidente pelos seus males.
Durante a sua recente visita oficial ao Gana, Barack Obama declarou em Accra que o Ocidente não é, por exemplo, responsável pela destruição da economia do Zimbabwe na última década.
Lawalley Cole questionou igualmente por que razão o continente africano continua aquém das expectativas no domínio da educação apesar dos volumosos recursos já consagrados aos sector a partir de fontes internas e ou da ajuda externa.
Na verdade, disse, é difícil compreender que mais de 50 anos depois do fim da colonização europeia, África continue “muito atrás dos demais continentes em termos de educação e ensino”.
Segundo ele, fala-se em mais de 30 milhões de crianças, quase metade da população em idade escolar, fora do sistema de ensino.
“Praticamente, todos os indicadores das Nações Unidas e de outros organismos mostram que África está muito atrás dos outros continentes.
Não temos boas instituições e infraestruturas educativas muito menos escolas suficientes”, afirmou Cole.
De acordo com o Banco Mundial, a África Subsariana sempre foi a região que mais ajuda obteve do exterior com um aumento dos desembolsos anuais para o sector da educação (exceptuando a África do Sul) de 854 milhões de dólares americanos em 1999 para cerca de 2,4 biliões de dólares americanos em 2006.
Porém, explica, a Taxa Bruta de Matrículas (TBM) no ensino superior em 2006 foi de apenas 5 por cento na região contra 11 por cento na Ásia Meridional, 25 por cento na Ásia Oriental e 32 por cento na América Latina.
Enquanto o acesso ao ensino primário continua problemático, apenas 10 países de um grupo de 44 estudados tinham, até recentemente, uma TBM de 100 por cento, designadamente África do Sul, Botswana, Cabo Verde, Congo, ilhas Maurícias, Malawi, Namíbia, Suazilândia, Togo e Zimbabwe.
Por outro lado, estudos atribuídos à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) revelam que grande parte dos alunos que concluem o ensino primário apresentam quase sempre “níveis muito baixos” de aprendizagem.
“As crianças são ensinadas em salas superlotadas por professores não qualificados e amiúde desmotivados porque mal pagos”, referem os mesmos estudos apontando a corrupção como a principal causa da má aprendizagem.
Os hábitos de corrupção mais frequentes identificados nos sistemas educativos em África pela Organização não Governamental “Transparência Internacional” variam entre o desvio e uso indevido de recursos ao abuso do poder, concursos públicos viciados e solicitação ilegal de fundos para despesas fictícias.
Por exemplo, a imprensa queniana revelou recentemente que o Governo estava a perder milhões de shillings (milhares de dólares) em pagamentos a mais de 27 mil professores fantasmas, enquanto muitos responsáveis se recusavam a submeter-se à lei da declaração de bens.
Casos similares já foram detectados em muitos outros países onde tais situações contam normalmente com a conivência de funcionários dos Ministérios da Educação e os serviços das Finanças.
A Transparência Internacional lamenta num relatório que a “corrupção prevaleceu sobre o verdadeiro propósito da educação: criar um sistema universal e aberto assente no mérito e não no dinheiro”.
Num sistema educativo corrupto, nota, os alunos “não adquirem as habilidades e os conhecimentos que lhes permitem contribuir de forma significativa à economia do seu país e à sociedade.
Eles aprendem muito cedo a valorizar a corrupção, aceitando-a como uma norma para toda a sociedade”.
Por isso, Lawalley Cole disse acreditar que a erradicação da corrupção é a chave para o desenvolvimento de África e a melhoria do seu sistema educativo.
Todavia, considerou que este fenómeno também não será eliminado pela violência ou por guerras, mas “através da educação, do diálogo, da paz e da democracia”.
Para Lawalley Cole, coordenador da ADEA para o Grupo de Trabalho sobre Comunicação para o Desenvolvimento, é necessária uma mudança de mentalidades entre os governantes para se cultivar o princípio da legalidade.
Cole falava a um grupo de jornalistas africanos convidados pela sua organização para acompanhar uma conferência ministerial de três dias sobre os efeitos da crise mundial na educação aberta quarta-feira na capital tunisina, Túnis.
Ele argumentou que o sistema educativo, à semelhança dos outros sectores, apresenta-se amplamente desenvolvido nos outros continentes porque se trata de sociedades assentes na ética, na boa governação e no respeito pela lei.
“Devemos interrogar-nos por que a lei não funciona em África quando ela funciona nos outros continentes?”, disse, corroborando com a posição do Presidente norte-americano, Barack Obama, de que, apesar de se reconhecer os erros do passado colonial, os Africanos não podem continuar a culpar eternamente o Ocidente pelos seus males.
Durante a sua recente visita oficial ao Gana, Barack Obama declarou em Accra que o Ocidente não é, por exemplo, responsável pela destruição da economia do Zimbabwe na última década.
Lawalley Cole questionou igualmente por que razão o continente africano continua aquém das expectativas no domínio da educação apesar dos volumosos recursos já consagrados aos sector a partir de fontes internas e ou da ajuda externa.
Na verdade, disse, é difícil compreender que mais de 50 anos depois do fim da colonização europeia, África continue “muito atrás dos demais continentes em termos de educação e ensino”.
Segundo ele, fala-se em mais de 30 milhões de crianças, quase metade da população em idade escolar, fora do sistema de ensino.
“Praticamente, todos os indicadores das Nações Unidas e de outros organismos mostram que África está muito atrás dos outros continentes.
Não temos boas instituições e infraestruturas educativas muito menos escolas suficientes”, afirmou Cole.
De acordo com o Banco Mundial, a África Subsariana sempre foi a região que mais ajuda obteve do exterior com um aumento dos desembolsos anuais para o sector da educação (exceptuando a África do Sul) de 854 milhões de dólares americanos em 1999 para cerca de 2,4 biliões de dólares americanos em 2006.
Porém, explica, a Taxa Bruta de Matrículas (TBM) no ensino superior em 2006 foi de apenas 5 por cento na região contra 11 por cento na Ásia Meridional, 25 por cento na Ásia Oriental e 32 por cento na América Latina.
Enquanto o acesso ao ensino primário continua problemático, apenas 10 países de um grupo de 44 estudados tinham, até recentemente, uma TBM de 100 por cento, designadamente África do Sul, Botswana, Cabo Verde, Congo, ilhas Maurícias, Malawi, Namíbia, Suazilândia, Togo e Zimbabwe.
Por outro lado, estudos atribuídos à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) revelam que grande parte dos alunos que concluem o ensino primário apresentam quase sempre “níveis muito baixos” de aprendizagem.
“As crianças são ensinadas em salas superlotadas por professores não qualificados e amiúde desmotivados porque mal pagos”, referem os mesmos estudos apontando a corrupção como a principal causa da má aprendizagem.
Os hábitos de corrupção mais frequentes identificados nos sistemas educativos em África pela Organização não Governamental “Transparência Internacional” variam entre o desvio e uso indevido de recursos ao abuso do poder, concursos públicos viciados e solicitação ilegal de fundos para despesas fictícias.
Por exemplo, a imprensa queniana revelou recentemente que o Governo estava a perder milhões de shillings (milhares de dólares) em pagamentos a mais de 27 mil professores fantasmas, enquanto muitos responsáveis se recusavam a submeter-se à lei da declaração de bens.
Casos similares já foram detectados em muitos outros países onde tais situações contam normalmente com a conivência de funcionários dos Ministérios da Educação e os serviços das Finanças.
A Transparência Internacional lamenta num relatório que a “corrupção prevaleceu sobre o verdadeiro propósito da educação: criar um sistema universal e aberto assente no mérito e não no dinheiro”.
Num sistema educativo corrupto, nota, os alunos “não adquirem as habilidades e os conhecimentos que lhes permitem contribuir de forma significativa à economia do seu país e à sociedade.
Eles aprendem muito cedo a valorizar a corrupção, aceitando-a como uma norma para toda a sociedade”.
Por isso, Lawalley Cole disse acreditar que a erradicação da corrupção é a chave para o desenvolvimento de África e a melhoria do seu sistema educativo.
Todavia, considerou que este fenómeno também não será eliminado pela violência ou por guerras, mas “através da educação, do diálogo, da paz e da democracia”.