PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Médico congolês exprime comovente testemunho perante deputados europeus
Bruxelas, Bélgica (PANA) – O médico congolês Denis Mukwege, diretor do Hospital de Panzi, na República Democrática do Congo (RDC), refugiado na Bélgica desde o início deste mês, emitiu quarta-feira um testemunho que comoveu os deputados europeus numa casa cheia do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Várias mulheres congolesas da diáspora estavam na sala para ouvir o cirurgião que reabilitou os órgãos genitais de centenas de mulheres violadas no Kivu.
Convidado por Isabelle Durant, vice-presidente do Parlamento Europeu, o médico congolês, que escapou a uma tentativa de assassinato, a 25 de outubro passado, na sua casa de Bukavu, denunciou a total impunidade de que gozam os criminosos na RDC.
Foi só depois de três dias após a tentativa do seu assassinato que dois polícias chegaram à sua casa para inquérito.
Até agora, os homens fortemente armados que abateram o seu guarda continuam em paradeiro desconhecido.
Mukwege declarou-se disposto a voltar junto dos seus pacientes em Panzi, desde que tenha garantias da sua segurança.
Mulheres congolesas de Fizi ofereceram cachos de bananas como sua participação para a compra do bilhete de passagem aérea para o regresso do médico à RDC, enquanto outras em Bukavu prometeram-lhe por email garantir a sua segurança, pedindo o seu regresso imediato junto dos seus pacientes.
O seu comovente testemunho sobre as mulheres vítimas de violações sexuais fez chorar as Congolesas presentes no hemiciclo.
Uma delas pediu que a Bélgica garanta diretamente a segurança de Mukwege e a do Consulado belga em Bukavu.
Para o médico congolês, não há duvida de que a violação sexual é utilizada como uma arma de guerra, pois, interrogou-se, « como explicar que, numa só noite, 300 mulheres de uma mesma aldeia sejam violadas, por homens armados nunca identificados e chegados de um país vizinho?», aparentemente em alusão ao Rwanda.
A esse propósito, ele afirmou entretanto que um relatório de peritos das Nações Unidas indica claramente donde vieram as munições e os homens armados.
Um agente humanitário protestante, regressado recentemente de Rutshuru, acrescentou no seu testemunho que a cidade está completamente sitiada pelos combatentes do movimento M23 que controlam todas as estradas por onde passam caravanas com armas.
Barrando as estradas, os combatentes do M23 exigem pagamentos em dinheiro, entre 200 e 500 dólares americanos, para deixar passar os carros ou taximotocicletas, idos para Goma, para abastecer os habitantes que vivem graças aos produtos provenientes de Rutshuru, rica região agrícola.
Os deputados europeus presentes na sala pediram que o Prémio Nobel da paz seja atribuído a Mukwege em 2013.
-0- PANA AK/AAS/DIM/IZ 15nov2012
Várias mulheres congolesas da diáspora estavam na sala para ouvir o cirurgião que reabilitou os órgãos genitais de centenas de mulheres violadas no Kivu.
Convidado por Isabelle Durant, vice-presidente do Parlamento Europeu, o médico congolês, que escapou a uma tentativa de assassinato, a 25 de outubro passado, na sua casa de Bukavu, denunciou a total impunidade de que gozam os criminosos na RDC.
Foi só depois de três dias após a tentativa do seu assassinato que dois polícias chegaram à sua casa para inquérito.
Até agora, os homens fortemente armados que abateram o seu guarda continuam em paradeiro desconhecido.
Mukwege declarou-se disposto a voltar junto dos seus pacientes em Panzi, desde que tenha garantias da sua segurança.
Mulheres congolesas de Fizi ofereceram cachos de bananas como sua participação para a compra do bilhete de passagem aérea para o regresso do médico à RDC, enquanto outras em Bukavu prometeram-lhe por email garantir a sua segurança, pedindo o seu regresso imediato junto dos seus pacientes.
O seu comovente testemunho sobre as mulheres vítimas de violações sexuais fez chorar as Congolesas presentes no hemiciclo.
Uma delas pediu que a Bélgica garanta diretamente a segurança de Mukwege e a do Consulado belga em Bukavu.
Para o médico congolês, não há duvida de que a violação sexual é utilizada como uma arma de guerra, pois, interrogou-se, « como explicar que, numa só noite, 300 mulheres de uma mesma aldeia sejam violadas, por homens armados nunca identificados e chegados de um país vizinho?», aparentemente em alusão ao Rwanda.
A esse propósito, ele afirmou entretanto que um relatório de peritos das Nações Unidas indica claramente donde vieram as munições e os homens armados.
Um agente humanitário protestante, regressado recentemente de Rutshuru, acrescentou no seu testemunho que a cidade está completamente sitiada pelos combatentes do movimento M23 que controlam todas as estradas por onde passam caravanas com armas.
Barrando as estradas, os combatentes do M23 exigem pagamentos em dinheiro, entre 200 e 500 dólares americanos, para deixar passar os carros ou taximotocicletas, idos para Goma, para abastecer os habitantes que vivem graças aos produtos provenientes de Rutshuru, rica região agrícola.
Os deputados europeus presentes na sala pediram que o Prémio Nobel da paz seja atribuído a Mukwege em 2013.
-0- PANA AK/AAS/DIM/IZ 15nov2012