Massacres de Fulas no Mali denunciados na Mauritânia
Nouakchott, Mauritânia (PANA) – Uma manifestação para denunciar os massacres recorrentes dos membros da comunidade Fula (criadores de gados) no centro do Mali, decorreu quinta-feira diante da Embaixada do Mali em Nouakchott, constatou a PANA no local.
Uma outra manifestação com o mesmo proposto aconteceu numa avenida de Nouakchott conducente à representação das Nações Unidas.
Várias centenas de pessoas mobilizadas graças a apelos lançados nas redes sociais há alguns dias, participaram nestas marchas.
Os manifestantes ostentavam bandeirolas denunciando “matanças coletivas contra uma comunidade presente em todos os países do Sahel” (em alusão aos Fulas), com riscos de metástase dum conflito com enormes riscos de instabilidade e de ameaças à segurança de toda a região, constatou a PANA.
Diallo Dadouda, responsável de "Tapitaal Pulaku" associação para a promoção da cultura fula em Nouakchott, alto funcionário reformado acusa “a responsabilidade do Governo maliano em todos os níveis, que armou as milícias e mostra-se totalmente desfalecido em relação às suas prerrogativas no domínio da segurança dos seus próprios cidadãos”.
"As milícias que cometeram o massacre no fim de semana passado na localidade de Ogassagou, no centro do Mali, tinham advertido as autoridades de Bamako do incidente.
Além disso, os massacres contra os civis Fulas, cometidos por grupos de autodefesa dos caçadores Dogons, são sempre antecedidos por visitas de soldados, que recuperam todas as armas brancas e preparam o terreno para os assassinos.
"A comunidade internacional deve acentuar a pressão sobre o regime do Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, que não é movido por uma real vontade de pôr termo a estes crimes, para além das condenações de princípio”.
O balanço do último massacre cometido na aldeia de Ogassougou estima-se em mais de 160 vítimas, entre os quais numerosas mulheres e crianças.
O Mali é membro do G5 Sahel, organização dedicada à luta contra o terrorismo, como o Burkina Faso, a Mauritânia, o Níger e o Tchad.
-0- PANA SAS/BEH/MAR/DD 29março2019