Marechal Haftar deixa Moscovo sem assinar acordo de cessar-fogo na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) – O chefe autoproclamado do Exército Nacional Líbio (ANL) baseado no leste do país, o marechal Khalifa Haftar, deixou Moscovo (Rússia) terça-feira última, sem assinar o Acordo de cessar-fogo rubricado pelo Conselho Presidencial do Governo líbio de União Nacional, Fayez Al-Sarraj, reconhecido pela comunidade internacional, soube a PANA de fonte oficial em Tripoli.
A atitude do marechal Haftar quebrou as esperanças de se realizar uma paz rápida neste país da África do Norte.
Este acordo de cessar-fogo devia finalizar uma trégua em vigor desde sábado último à noite, a pedido dos Presidentes russo e turco, Vladimir Poutine e Recep Ayyip Erdogan, respetivamente.
O ministério russo dos Negócios Estrangeiros, sergei Lavrov, anunciou terça-feira última que Khalifa Haftar deixou Moscovo sem assinar o acordo de cessar-fogo.
Porém, ele tinha pedido segunda-feira que lhe concedessem um prazo até ao dia seguinte, para refletir e estudar o documento depois de Fayez al-Sarraj o ter assinado.
Fontes próximas de Haftar explicaram a razão desta reviravolta do marechal Haftar pela sua exigência dum calendário preciso para o desmantelamento de milícias em Tripoli, o pomo de discórdia entre os dois campos.
Negociações lideradas pela Rússia e pela Turquia foram efetuadas segunda-feira em Moscovo entre as delegações do Conselho Presidencial do Governo líbio de União Nacional, chefiada por Fayez al-Sarraj, e do campo oposto dirigida pelo marechal Haftar, com vista à assinatura dum acordo de cessar-fogo duradouro.
A entrada em vigor da frágil trégua de domingo último em Tripoli, bem como a reunião dos dois principais beligerantes no conflito na Líbia, no dia seguinte em Moscovo, suscitaram grandes esperanças de uma paz sólida no país, depois de mais de oito anos des de caos de segurança, agravado pela ofensiva militar lançada a 4 de abril último contra Tripoli pelo marechal Haftar para controlar Tripoli e destituir o Governo de União Nacional.
A organização da conferência internacional de Berlin (Alemanha), em finais de janeiro corrente, pode salvar o processo de busca duma solução política para a crise na Líbia e concluir os progressos realizados pela mediação russo-turca para se construir uma paz duradoura no referido país, segundo observadores da cena política líbia.
-0- PANA BY/JSG/SOC/MAR/DD 15jan2020