Agência Panafricana de Notícias

Manifestantes protestam contra violência intercomunitária no Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Vários milhares de pessoas manifestaram-se sábado, em Ouagadougou, a capital do Burkina Faso, e em Dori (norte), contra a violência intercomunitária despoletada na noite do Ano Novo depois de um ataque terrorista que fez cerca de 50 mortos.

"Não à estigmatização de algumas comunidades na luta contra o terrorismo", "Todos unidos na luta contra o terrorismo" e "Justiça para as vítimas de Yirgou", eram alguns dos slogans que podia ler-se nas bandeirolas exibidas pelos manifestantes.

É neste ambiente que milhares de pessoas responderam ao apelo do Coletivo contra a Impunidade e Estigmatização das Comunidades (CISC), duas semanas após as retaliações contra a comunidade fula, na aldeia de Yirgou, no centro-norte do Burkina Faso.

"Precisamos de nos entender mutuamente para lutar contra o terrorismo. O nosso inimigo comum são os terroristas, o terrorismo não tem etnia", disse à PANA Joseph Ilboudo, estudante da Universidade de Ouagadougou, que se juntou à manifestação com seus companheiros.

Em Dori, no Sahel burkinabe, reduto da comunidade fula, cerca de mil pessoas estavam nas ruas, segundo testemunhas contactadas no local.

O Burkina Faso tem sido alvo de ataques terroristas desde 2015. Mais de 270 pessoas foram mortas e centenas de escolas foram fechadas.

Pelo menos 12 pessoas foram mortas quinta-feira num ataque terrorista, na aldeia de Gasseliki, no norte do Burkina Faso, segundo o Ministério bukinabe da Segurança.

O Parlamento burkinabe autorizou a prorrogação do estado de emergência por seis meses em 14 províncias das seis regiões do Burkina Faso, onde os ataques terroristas são frequentes.

-0- PANA NDT/JSG/DIM/IZ 13jan2019