Agência Panafricana de Notícias

Manifestações na Tunísia contra ofensiva israelita em Gaza

Túnis- Tunísia (PANA) -- Após os partidos políticos e os advogados, milhares de sindicalistas e representantes da sociedade civil tunisina participaram sábado em manifestações de solidariedade com as populações palestinianas de Gaza assolada há três semanas com o que denunciaram como sendo um "genocídio" perpetrado pelo Exército israelita.
O último balanço da ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza indica que cerca de mil e 200 pessoas morreram, das quais várias crianças e mulheres, e mais de cinco mil ficaram feridas.
Mais de quatro mil pessoas participaram na primeira manifestação organizada por iniciativa da União Geral Tunisina do Trabalho (UGTT) no centro de Tunís.
Empunhando bandeiras tunisinas e palestinianas e retratos do símbolo do movimento de libertação líbio, Omar Al Mokhtar, do ex-Presidente iraquiano Saddam Hussein, do antigo Presidente egípcio Gamal Abdel Nasser e do revolucionário latino-americano Che Guevara, os manifestantes estigmatizaram durante mais de uma hora os regimes árabes qualificados de "valete do imperialismo", ao gritar "Vergonha aos Dirigentes (árabes), Venderam Gaza por Dólares".
Jovens transportavam um caixão preto que representa a Liga Árabe, enquanto um outro empunhava um exemplar do Corão a gritava "Allah Akbar".
"Cobardes Sionistas, o Povo Árabe Não Será Humilhado", gritavam manifestantes que queimavam uma bandeira israelita na qual figurava a cruz suástica dos Nazis.
Dois homens levavam maquetes de mísseis Qassam, nome do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, enquanto ao seu lado uma mulher tinha num carrinho de bebé ensanguentado e uma outra içava um pequeno patíbulo que ilustrava uma criança palestiniana enforcada.
À tarde, os militantes dos direitos humanos, artistas, cineastas, músicos e actores de teatro manifestaram a sua cólera contra "os crimes israelitas em Gaza".
Mais de três mil manifestantes participaram nesta marcha convocada pela Liga Tunisina dos Direitos Humanos (LTDH), pelo Sindicato dos Jornalistas Tunisinos (SJT) e pela Associação Tunisina das Mulheres Democratas (ATFD).
Bandeirolas proclamavam a "solidariedade das mulheres tunisinas com as mulheres palestinianas" e apelavam ao "julgamento dos criminosos sionistas diante do Tribunal Penal Internacional".
"Estou aqui para denunciar o massacre dum povo que grita alto e forte a sua vontade de viver livre e digno como todos os povos do mundo", declarou à PANA o actor Mohamed Ali Nehdi.
As duas manifestações, acompanhadas por um dispositivo de segurança reforçado, decorreram sem incidente.