Agência Panafricana de Notícias

Mandingas ameaçam boicotar processo eleitoral na Guiné-Conakry

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- Responsáveis da comunidade Mandinga da Alta Guiné ameaçam retirar-se do processo eleitoral se "todas as condições não estiverem reunidas para uma segunda volta transparente".
Durante um encontro quarta-feira com o primeiro-ministro conakry-guineense, Jean-Marie Doré, sábios da Alta Guiné advertiram de que assumirão todas consequências, se a segunda volta, prevista para 19 de Setembro, registar "as mesmas anulações dos seus votos e o enchimento das urnas".
A comunidade Mandinga manifestou a sua desaprovação face à anulação dos seus votos na primeira volta (realizada em .
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) alegando que a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) não transmitiu atas ao Tribunal Supremo que não se preocupou em reclamar pelas mesmas, como o prevê a lei.
A Coligação do Povo da Guiné (RPG) de Alpha Condé queixou-se de ter sido privada de mais de 600 mil votos dos seus eleitores da Alta Guiné, e apresentou uma queixa contra o infrator em causa que está a ser julgado por tribunais.
Os cidadãos de Kankan, Kérouané, Siguiri, Faranah, Mandiana, entre outros, lembraram-se de ter sido privados, em 1998, dos seus votos.
o que permitiu ao então Presidente Lansana Conté ser reeleito detendo o seu candidato antes da publicação dos resultados.
"O que fizemos para que os nossos votos fossem anulados constantemente, privando assim o nosso candidato, Alpha Condé, da sua eleição ?", interrogou-se o porta-voz dos Mandingas < quem o primeiro-ministro prometeu "uma segunda volta transparente".
Doré exortou nomeadamente os sábios Mandingas a irem pregar o apaziguamento, garantindo que o poder estará neutro e que não admitirá que um candidato seja favorecido em detrimento do outro, em alusão aos concorrentes Cellou Dalein Diallo da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) e Alpha Condé.
"O Governo fará tudo para que a legitimidade do próximo Presidente não esteja sujeita a nenhuma contestação suscetível de provocar distúrbios sociais graves", prometeu.
A Aliança "Arco-Íris", que agrupa cerca de 90 partidos, associações e movimentos de apoio ao candidato da RPG, exigiu "a publicação imediata" das listas eleitorais, a auditoria do sistema informático ou a contagem manual dos votos, previstas pelo artigo 162 do código eleitoral.