Malia condena saque de armazém da ONU no centro do país
Bamako, Mali (PANA) – O Governo maliano condenou "com veemência" o saque de um armazém da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA), cometido por manifestantes sábado, em Sévaré, no centro do Mali.
Sévaré alberga atualmente uma importante base da missão onusina, segundo um comunicado do Governo maliano transmitido à PANA, segunda-feira, em Bamako.
Os manifestantes, maioritariamente jovens revoltados, reclamavam pela retirada das forças estrangeiras do território maliano, que eles acusavam de estar na origem do recrudescimento dos ataques terroristas mortíferos, no centro do Mali, e denunciaram a sua inércia face à situação de segurança, nesta parte do país.
O Governo maliano qualificou estes acontecimentos de "trágicos" e apresentou as suas desculpas à MINUSMA, tranquilizando que serão levadas a cabo investigações para deter e julgar os seus autores pelas jurisdições competentes.
No seu comunicado, o Governo maliano indica que os manifestantes, que subitamente se tornaram "muito hostis", invadiram o quartel da MINUSMA, saqueando alguns depósitos, apesar do reforço do dispositivo de manutenção da ordem pela Polícia da MINUSMA.
O balanço provisório dá conta de 50 contentores carregados de materiais vandalizados, dos quais nove parcialmente incendiados e dois carros queimados.
Não houve uma perda de vida humana nem ferido.
As autoridades malianas precisam que a manifestação é paralela à das esposas de militares que recusam o desdobramento dos seus maridos nas frente de combate, após os ataques terroristas de Boulkessi e de Mondoro, na semana passada, que fizeram 38 mortos, entre os soldados malianos, e vários feridos e desaparecidos.
Apelam aos manifestantes para a calma e moderação e exorta-os a privilegiar o diálogo nas reivindicações sociais, sublinhando ser importante para as populações aprender a reivindicar e a exprimir-se sem violência nem vandalismo.
"Nós devemos surpreender o Mundo, mostrando a nossa capacidade de transformar a fúria em debate e as reivindicações em soluções concretas”, indica o Governo maliano no seu comunicado.
O governador da província de Mopti, general Abdoulaye Cissé, esteve no terreno e realizou uma reunião de crise.
Segundo fontes concordantes, a calma voltou sábado à tarde à localidade afetada.
-0- PANA GT/TBM/FK/IZ 14out2019