Agência Panafricana de Notícias

Mali elogia contribuição de professores contratuais

Bamako- Mali (PANA) -- Os responsáveis do sistema educativo maliano congratularam-se quarta-feira em Bamako, a capital, com a contribuição dos professores contratuais, afirmando que eles permitiram fazer passar a taxa de escolarização do país de 30 para 87 por cento nos últimos 17 anos.
"Graças aos professores contratuais, o nosso país atingiu uma taxa de escolarização de 87 por cento ao passo que era apenas de 30 por cento em 1992.
Sem eles, muitas escolas não existiriam e muitas outras teriam sido fechadas", declarou o director nacional da Educação Básica do Mali, Souleymane Koné.
Numa entrevista à PANA, o responsável maliano indicou que os voluntários representam cerca de 60 por cento do corpo docente, sublinhando que eles não sofrem de nenhuma discriminação.
"Eles não constituem uma categoria separada.
São professores funcionários como os outros", precisou Koné.
Segundo ele, o Mali deixou, há quatro anos, de recorrer à estratégia alternativa que consiste em contratar professores não formados.
"Agora, todos os professores contratuais são diplomados que saem das escolas de formação", afirmou Koné.
O Governo maliano decidiu, este ano, integrar todos os professores contratuais na função pública do Estado ou das colectividades locais.
"A integração dos professores contratuais na função pública do Estado ou das colectividades porá progressivamente termo à contratualização.
Ela permitirá estabelecer óptimas condições de durabilidade do emprego", precisa um relatório sobre a situação dos professores contratuais no Mali apresentado quarta-feira durante uma sessão plenária da conferência de Bamako sobre os docentes contratuais.
A aplicação desta medida confronta-se com a recusa dos sindicatos dos professores que exigem que a integração dos professores contratuais se faça unicamente no seio da função pública do Estado.
O Mali possui actualmente 21 mil 877 professores contratuais no ensino elementar e dois mil 524 contratuais no secundário.
Iniciada terça-feira, a conferência de Bamako agrupa delegados de 20 países da África francófona, anglófona e lusófona, representantes governamentais, dos sindicatos de professores e e de outras organizações da sociedade civil.
O encontro é organizado pela Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA) em parceria com o Banco Mundial (BM), a Internacional da Educação (uma coligação de mais de 300 sindicatos de professores) e o Ministério maliano da Educação, Alfabetização e Línguas Nacionais.