Agência Panafricana de Notícias

Mali e CEDEAO estão de acordo para libertar norte maliano

Bamako, Mali (PANA) – O Mali e a Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) encontraram um acordo sobre o desdobramento duma força militar africana para ajudar este país a libertar a sua parte setentrional ocupada, há cerca de seis meses, por grupos islamitas e rebeldes tuaregues.

Este acordo surgiu domingo em Bamako no termo dum encontro entre o Presidente maliano interino, Dioncounda Traoré, e os ministros da Defesa da Côte d'Ivoire, Paul Koffi Koffi, e do Mali, o coronel-major Yamoussa Camara.

Com base neste acordo, a força da CEDEAO será desdobrada no Mali com o seu Quartel- General (QG) na capital maliana para coordenar operações visando libertar o norte do Mali e não garantir a segurança das instituições malianas.

Os detalhes do desdobramento desta força serão estabelecidos por uma missão da CEDEAO esperada a qualquer momento na capital maliana.

Sábado, dia do 52º aniversário da acessão do Mali à independência, o ministro maliano da Defesa deslocou-se a Abidjan (Côte d'Ivoire) para entregar ao Presidente ivoiriense e Presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Dramane Ouatarra, uma mensagem do Presidente Dioncounda Traoré.

O governante maliano aceitou, durante esta visita, a possibilidade da presença duma força da organização sub-regional em Bamako.

No início de setembro corrente, o Presidente maliano enviou uma carta ao seu homólogo ivoiriense para solicitar a ajuda da CEDEAO com vista à reconquista do norte do Mali.

Alguns partidos políticos e sociedades civis malianos opuseram-se a esta eventualidade e afirmaram que o Exército maliano é o único capaz de libertar o norte do país cujos dois terços estão ocupados por grupos islamitas armados. como An Sardine, AQMI, MUJAO e outros, determinados a aplicarem a Charia (lei islâmica) nesta parte do país e mesmo em todo território do Mali.

O golpe de Estado de 22 de março de 2012, que derrubou o então chefe do Estado democraticamente eleito, Amadou Toumani Touré, a menos de dois meses do fim do seu segundo e último mandato, acelerou a ocupação do norte do Mali por islamitas e rebeldes tuaregues independentistas.

-0- PANA GT/JSG/IBA/CJB/DD 24set2012