Agência Panafricana de Notícias

Mali deplora massacre de pregadores malianos e mauritanos pelo Exército

Bamako, Mali (PANA) - O Governo maliano exprimiu a sua consternação pelo massacre, pelo Exército maliano, de 16 pregadores muçulmanos, dos quais oito malianos e igual número de nacionalidade mauritana, na noite de sábado passado no posto de segurança de Djabali, no círculo de Nioro, a cerca de 400 quilómetros de Bamako, capital do Mali.

"O Governo deplora vivamente este doloroso evento e apresenta as suas condolências às famílias enlutadas bem como ao Governo e ao povo irmão da Mauritânia", indica um comunicado oficial que anuncia a visita a este país do ministro maliano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Tiéman Coulibaly, "para exprimir de viva voz às autoridades mauritanas a solidariedade do povo maliano".

No documento chegado esta segunda-feira à PANA, o Governo maliano exige igualmente a abertura imediata de um inquérito cujos resultados serão comunicados à opinião pública nacional e internacional bem como ao Governo da Mauritânia.

As pessoas mortas pertenciam à seita religiosa Dawa e cujo motorista ter-se-ia recusado a parar no posto de segurança de Diabali para controlo.

Segundo o correspondente local da Agência Maliana de Notícias (AMAP), contactado por telefone pela PANA, uma missão da Gendarmaria nacional deslocou-se ao local para apurar mais detalhes.

De momento, nenhuma indicação precisa foi dada sobre as circunstâncias em que ocorreu o drama.

As vítimas descritas como predicadores islâmicos eram provenientes de Nampala, uma cidade maliana à fronteira com a Mauritânia.

Vários refugiados malianos estão atualmente na Mauritânia, após a ocupação, há mais de cinco meses, do norte do Mali por grupos islamitas e rebeldes tuaregues.

-0- PANA GT/JSG/MAR/IZ 10set2012