Agência Panafricana de Notícias

Mali contra declarações "hediondas e difamatórias" do Presidente francês contra si

Bamako, Mali (PANA)  - O Governo maliano condenou com veemência as “declarações hediondas e difamatórias” do Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a sua recente visita à Guiné-Bissau, indica um comunicado lido domingo à noite na televisão maliana pelo seu porta-voz, o coronel Abdoulaye Maiga.

O Governo maliano aludia a acusações de Macron segundo as quais as autoridades malianas cometem abusos contra os civis, precisamente a comunidade Fula.  

De acordo com o comunicado, estas acusações graves são suscetíveis de causar o ódio étnico e minar a convivência social, a coesão bem como a harmonia entre os Malianos.

Exotou Emmanuel Macron  a "recordar-se do papel negativo e da responsabilidade da França pelo genocídio dos Tutsi (tribo minoritária) em 1994 no Rwanda.”

As autoridades malianas criticam igualmente o Presidente francês pelas suas "insinuações” sobre a presença de um grupo paramilitar russo no Mali.

O Governo maliano qualifica de "subversivas" as declarações do Presidente francês em Bissau, exigindo deste abandonar definitivamente a sua postura neocolonial, paternalista e condescendente.

Também lhe exorta a compreender que “ninguém pode gostar do Mali mais do que os próprios Malianos.”

"Estas declarações subversivas do  Presidente francês dão razão ao Governo da Transição do Mali que, com razão, pôs termo à cooperação com a França em matéria de defesa devido aos seus resultados insatisfatórios no combate ao terrorismo”, lê-se no documento.

“França, que sempre trabalhou para a divisão e partição do Mali, não está em condições para dar lições ao Mali”, acrescentou o texto.

O Governo maliano lembra que o reforço da coesão social continua a ser um dos objetivos prioritários não negociáveis e que não poupará nenhum esforço para cumprir com sucesso esta missão.

As forças de defesa e segurança que são multiétnicas, profissionais, republicanas e resolutamente comprometidas, permanecem um escudo sólido para a defesa da pátria, a preservação e proteção de todos os malianos na sua diversidade étnica e religiosa, segundo a mesma fonte.

-0- PANA GTJSG/FK/DD 1agosto2022