Mali confirma pedido de retirada da MINUSMA do seu território
Bamako, Mali (PANA) - O ministro maliano dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, confirmou o pedido de "retirada sem delongas" da Missão Multidimensional das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA, sigla em francês), soube a PANA de fonte oficial.
A confirmação deste desiderato foi expressa numa correspondência de 21 de junho corrente, enviada à representante permanente dos Emirados Árabes Unidos, Lana Zaki Nusseibeh, enquanto presidente em exercício do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas.
Nessa missiva, o chefe da diplomacia maliana chama a atenção dos membros do CS sobre "a crise de confiança que se instalou" entre as populações malianas e a MINUSMA, por um lado, e, por outro, entre o Governo maliano e a referida instituição.
Não obstante a este pedido, o ministro maliano dos Negócios Estrangeiros reafirmou "a disponibilidade do Governo maliano para cooperar com as Nações Unidas."
Recordou nessa ocasião que "a crise complexa que o Mali atravessa, desde janeiro de 2012, na sequência da intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês) na Líbia, em 2011, levou o Governo do Mali a pedir o apoio dos parceiros regionais e internacionais."
"É óbvio que, após uma dezenas de anos de acompanhamento, a resposta internacional aos esforços nacionais não esteve em condições de melhorar a situação securitária no Mali", lamentou.
No mesmo dia, o representante permanente do Mali junto das Nações Unidas, Issa Konfourou, corrobou este desiderato maliano, expondo-o aos membros do CS a fim de o publicarem "como documentos oficiais do Conselho."
Considerada como a força de manuntenção da paz das Nações Unidas "mais mortífera" (com o seu lote de mais de 160 capacetes azuís mortos no Mali), a MINUSMA, durante 10 anos, não conseguiu impedir o terrorismo no país, o mesmo se propagou do norte para o centro e sul, e, até mesmo, para certos países vizinhos do Mali, lamenta-se.
-0- PANA GT/JSG/SOC/DD 24junho2023