PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Malawianos manifestam-se contra xenofobia na África do Sul
Lilongwe, Malawi (PANA) – Pelo menos dois mil cidadãos malawianos empunhando cartazes e entoando canções hostis ao Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e ao rei Goowil Zwelithini, do KwaZulu Natal, manifestaram-se terça-feira nas ruas de Lilongwe, a capital do Malawi, contra as violências xenófobas na África do Sul que causaram sete mortos desde o início de abril corrente.
« Nós, povo do Malawi, estamos solidários com todos os Africanos para condenar com firmeza o ressurgimento da xenofobia na República da África do Sul », pode-se ler na petição entregue à embaixadora sul-africana no Malawi, Cassandra Mbuyane-Mokone.
Os manifestantes deram 48 horas ao Presidente Zuma para apresentar desculpas e pedir contas ao rei Zwelithini, bem como a outros, sob pena de ver os produtos sul-africanos boicotados.
« Estamos extremamente chocados com a expressão perigosa da xenofobia por líderes políticos tais como o rei Goodwill Zwelithini, a ministra das Pequenas Empresas, Lindiwe Zulu, e o filho do Presidente Zuma, Edward, que continuam a incitar à violência contra os estrangeiros », prossegue a petição.
« A Comissão Sul-africana dos Direitos Humanos está a realizar investigações em torno das declarações que teriam sido formuladas pelo rei zulu, Goodwill Zwelithini, por Edward Zuma e pela ministra das Pequenas Empresas, Lindiwe Zulu, a fim de tomar medidas apropriadas », indicou.
Os peticionários pedem também ao Governo sul-africano para ser proativo e proteger os direitos de todos os povos residentes na África do Sul, em conformidade com as obrigações legais internacionais e « fazer um inquérito aprofundado sobre os ataques xenófobos e pedir contas a todos os responsáveis ».
Eles reclamam também por indemnização para as vítimas de atos xenófobos.
"Pedimos ao Governo sul-africano para suprimir com urgência as desigualdades estruturais que remontam ao regime do apartheid, bem como os privilégios dos brancos. Pensamos que são as causas principais do agravamento da desigualdade e da marginalização económica", sublinham.
"Estas desigualdades não foram instituídas pelos migrantes e não vão desaparecer automaticamente se a população de migrantes diminuir. A forma mais duradoura de se ocupar destas frustrações económicas ressentidas por vários Sul-africanos é adotar políticas que reduzam as desigualdades e criem programas que forneçam meios ao cidadão sul-africano comum”, constata o documento.
A petição lembra também aos Sul-africanos o apoio considerável que receberam dos outros países durante o período do apartheid.
« Desejamos lembrar ao Governo sul-africano como os outros países africanos, nomeadamente o Zimbabwe, sacrificaram os seus recursos socioeconómicos e políticos em solidariedade com os movimentos de libertação sul-africanos para pôr termo ao regime do apartheid », conclui a petição.
A embaixador sul-africana, ao receber a petição sob alta proteção, agradeceu aos manifestantes por realizar uma manifestação pacífica.
« Aceitei a vossa petição e vou transmiti-la a Pretória para futuras ações», prometeu a diplomata.
Os manifestantes, vigiados por pelo menos 50 polícias armados, vestiam na sua maioria roupas pretas em símbolo de luto e empunhavam cartazes sobre os quais se podia ler : "A SADC diz não à xenofobia" ; "Sul-africanos, porque matam os vossos irmãos negros ?"; "O Rei Zwelithini e Edward Zuma devem ser julgados pelo TPI (Tribunal Penal Internacional)"; e "Porquê matar os vossos irmãos que lhes ajudaram a fazer expulsar o homem branco ?".
Vários jovens malawianos deslocam-se à África do Sul para trabalhar.
As violências xenófobas teriam sido provocadas pelas declarações do rei zulu, Goodwil Zwelithini, segundo as quais os estrangeiros devem regressar aos seus países.
No entanto, este líder tradicional influente desmentiu desde então ter formulado tais declarações e afirmou que elas foram « mal traduzidas ».
-0- PANA RT/VAO/NFB/JSG/FK/TON 21abril2015
« Nós, povo do Malawi, estamos solidários com todos os Africanos para condenar com firmeza o ressurgimento da xenofobia na República da África do Sul », pode-se ler na petição entregue à embaixadora sul-africana no Malawi, Cassandra Mbuyane-Mokone.
Os manifestantes deram 48 horas ao Presidente Zuma para apresentar desculpas e pedir contas ao rei Zwelithini, bem como a outros, sob pena de ver os produtos sul-africanos boicotados.
« Estamos extremamente chocados com a expressão perigosa da xenofobia por líderes políticos tais como o rei Goodwill Zwelithini, a ministra das Pequenas Empresas, Lindiwe Zulu, e o filho do Presidente Zuma, Edward, que continuam a incitar à violência contra os estrangeiros », prossegue a petição.
« A Comissão Sul-africana dos Direitos Humanos está a realizar investigações em torno das declarações que teriam sido formuladas pelo rei zulu, Goodwill Zwelithini, por Edward Zuma e pela ministra das Pequenas Empresas, Lindiwe Zulu, a fim de tomar medidas apropriadas », indicou.
Os peticionários pedem também ao Governo sul-africano para ser proativo e proteger os direitos de todos os povos residentes na África do Sul, em conformidade com as obrigações legais internacionais e « fazer um inquérito aprofundado sobre os ataques xenófobos e pedir contas a todos os responsáveis ».
Eles reclamam também por indemnização para as vítimas de atos xenófobos.
"Pedimos ao Governo sul-africano para suprimir com urgência as desigualdades estruturais que remontam ao regime do apartheid, bem como os privilégios dos brancos. Pensamos que são as causas principais do agravamento da desigualdade e da marginalização económica", sublinham.
"Estas desigualdades não foram instituídas pelos migrantes e não vão desaparecer automaticamente se a população de migrantes diminuir. A forma mais duradoura de se ocupar destas frustrações económicas ressentidas por vários Sul-africanos é adotar políticas que reduzam as desigualdades e criem programas que forneçam meios ao cidadão sul-africano comum”, constata o documento.
A petição lembra também aos Sul-africanos o apoio considerável que receberam dos outros países durante o período do apartheid.
« Desejamos lembrar ao Governo sul-africano como os outros países africanos, nomeadamente o Zimbabwe, sacrificaram os seus recursos socioeconómicos e políticos em solidariedade com os movimentos de libertação sul-africanos para pôr termo ao regime do apartheid », conclui a petição.
A embaixador sul-africana, ao receber a petição sob alta proteção, agradeceu aos manifestantes por realizar uma manifestação pacífica.
« Aceitei a vossa petição e vou transmiti-la a Pretória para futuras ações», prometeu a diplomata.
Os manifestantes, vigiados por pelo menos 50 polícias armados, vestiam na sua maioria roupas pretas em símbolo de luto e empunhavam cartazes sobre os quais se podia ler : "A SADC diz não à xenofobia" ; "Sul-africanos, porque matam os vossos irmãos negros ?"; "O Rei Zwelithini e Edward Zuma devem ser julgados pelo TPI (Tribunal Penal Internacional)"; e "Porquê matar os vossos irmãos que lhes ajudaram a fazer expulsar o homem branco ?".
Vários jovens malawianos deslocam-se à África do Sul para trabalhar.
As violências xenófobas teriam sido provocadas pelas declarações do rei zulu, Goodwil Zwelithini, segundo as quais os estrangeiros devem regressar aos seus países.
No entanto, este líder tradicional influente desmentiu desde então ter formulado tais declarações e afirmou que elas foram « mal traduzidas ».
-0- PANA RT/VAO/NFB/JSG/FK/TON 21abril2015