Mais de 85 por cento dos Cabo-verdianos já têm acesso à Internet no país, diz estudo
Praia, Cabo Verde (PANA) - Mais de 85 por cento da população cabo-verdiana tinha acesso à Internet no final de 2021, segundo um estudo sobre Indicadores Estatísticos do Mercado das Comunicações Eletrónicas em Cabo Verde.
De acordo com este estudo, relativo ao quarto trimestre de 2021 e divulgado, quarta-feira, na cidade da Praia, a taxa de penetração da Internet em Cabo Verde subiu, no final de 2021, para o equivalente a 85,1 por cento da população, quando um ano antes era de 79,8 por cento.
No mesmo período, o total de assinaturas ativas do serviço de acesso à Internet em Cabo Verde cresceu oito por cento em termos homólogos, para 479.252, mas apenas seis por cento através de banda larga fixa, e o restante por tecnologia móvel, segundo o mesmo estudo elaborado pela Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME),
Conforme os dados, apenas 10 por cento da população do arquipélago mantinha, no ano passado, o telefone fixo, o que representa uma nova queda anual de 7,1 por cento, tendo em conta os 57.668 assinantes de serviços no final de 2020, ou seja, uma tendência decrescente que continua a acentuar-se em Cabo Verde.
Já o serviço de Televisão por Assinatura, sobretudo através de fibra óptica, também com dois operadores licenciados em Cabo Verde, viu o número de assinantes cair cinco por cento, em termos homólogos, para 7.829 clientes, correspondendo a uma taxa de cobertura de 1,39 por dento.
“Podemos verificar que este é um serviço que não conta com muita procura, havendo um crescimento residual ao longo dos anos”, lê-se no estudo.
Governo de Cabo Verde quer Internet como bem essencial, como o ilustrou o vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, definindo, quinta-feira última, o objetivo de aumentar a já elevada taxa de acesso à Internet no país, superior a 85 por cento, reduzindo os custos e transformando-a num "bem essencial".
"Estamos a trabalhar para garantir o acesso à Internet e à banda larga a todos os Cabo-verdianos. Neste momento, temos uma taxa muito elevada de acesso, mas queremos ir mais longe, sobretudo transformar a Internet num bem essencial, com custos mais baixos, democratizando o acesso e com serviço de grande qualidade", afirmou Olavo Correia, cumulativamente ministro das Finanças e Economia Digital.
O governante, que falava na abertura do fórum sob o lema "Comunicações Eletrónicas em Cabo Verde - Entre os Desafios Atuais e Perspetivas Futuras", organizado pela agência reguladora do setor e que está a decorrer na cidade da Praia, garantiu que "está em construção um futuro para as tecnologias" no país.
"Queremos fazer de Cabo Verde um 'hub' (plataforma) tecnológico, por forma a que este setor possa criar oportunidades de empregos qualificados e bem remunerados para jovens cabo-verdianos que são hoje cada vez mais qualificados", disse.
"Já trabalhámos e aprovámos, em Conselho de Ministros, uma lei para a criação de uma Zona Económica Especial para a Tecnologia, que comporta um quadro de incentivos fiscais e parafiscais altamente interessantes e competitivos para podermos atrair empresas de grandes, médios e pequenos portes para domiciliarem em Cabo Verde e, a partir daqui, produzirem e exportarem serviços para a nossa sub-região e para todo mundo", acrescentou.
-0- PANA CS/DD 07abril2022