Mais de 60% da população com acesso à cobertura universal de Saúde em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – Mais de 60 por cento da população cabo-verdiana tem acesso à cobertura universal de saúde, revelou segunda-feira, na cidade da Praia, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima.
Maria da Luz Lima falava à imprensa após presidir à abertura do seminário para assinalar o Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde, celebrado a 12 de dezembro, este ano sob o lema “Não deixe a saúde de ninguém para trás: Invista em sistemas de saúde para todos”.
Segundo ela, os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que esta classificação resulta não só da prestação de cuidados, como também dos investimentos feitos na área da saúde a nível de infraestruturas, promoção da saúde e de todo o funcionamento do setor da saúde.
“Quando falamos da cobertura universal de saúde é tudo aquilo que diz respeito à saúde e aos seus determinantes, falamos também de acesso à água potável, à alimentação de qualidade e a infraestruturas que promovam a saúde”, apontou a presidente do INSP, realçando que o mais importante é que todos os Cabo-verdianos saibam que podem ter acesso a saúde em todas as ilhas.
Acrescentou que, de acordo com os dados do INE, 80 por cento dos Cabo-verdianos estão a menos de 30 minutos a pé de um serviço de saúde.
“Tem também a reorganização dos serviços de saúde para atender mais e melhor, Esta questão tem a ver não só com o alargamento dos horários dos centros de saúde, mas também com o aumento dos profissionais e a qualificação para mais e melhor saúde”, referiu.
Maria da Luz Lima afirmou que, neste sentido, se está a trabalhar para a abertura de novos centros de saúde, melhorar o acesso de cuidados intensivos na capital do País e num conjunto de ações para permitir que todos tenham “mais e melhor saúde” e garantir o acesso universal à saúde a todos os Cabo-verdianos.
Os últimos dados de 2017 apontam que o rácio médico por habitante era de 8/10 mil e de enfermeiro de 12/10 mil habitantes.
Por outro lado, a presidente do INSP realçou também a importância que outros profissionais têm tido na área da saúde, como os nutricionistas, psicólogos, técnicos de laboratórios e agentes sanitários, entre outros, para a promoção da saúde e na prestação dos cuidados.
Maria da Luz Lima adiantou que o INSP está a fazer de tudo para que cada pessoa tenha “mais e melhor saúde” e “não deixar ninguém para trás”, com ações a nível de investigação, divulgação e promoção da saúde e juntamente com as atividades aos grupos vulneráveis que podem ter menos acesso a informação a saúde.
Na ocasião, reconheceu também que o setor privado tem dado o seu contributo a nível da vigilância e da oferta de modo a complementar o serviço do setor público para se conseguir mais e melhor saúde.
Por seu turno, o representante da OMS em Cabo Verde, Daniel Kerlesz, realçou que o reforço do sistema de saúde no arquipélago, com ênfase na equidade e na resiliência, é fundamental tanto para a cobertura universal de saúde como para o alcance da segurança sanitária de qualquer quer país.
O Dia Internacional de Cobertura Universal de Saúde visa apelar aos líderes a fazerem investimentos mais rentáveis em saúde e lembrar ao mundo sobre a importância da equidade em saúde uma vez que é condição primordial para os países prevenirem futuras pandemias e alcançarem a saúde e o bem-estar para todos até 2030.
A proposito da efeméride, Daniel Kerlesz considerou que o dia constitui uma oportunidade para rever os progressos e identificar as lacunas para garantir que todos, em qual quer lugar possam ter acesso aos cuidados de saúde de que necessitam, perto do local onde vivem e sem dificuldade financeira.
No seu entender, o lema deste ano desafia todos a refletirem sobre os impactos da covid-19 no alcance da cobertura universal de saúde, já que a pandemia tem sido um dos obstáculos aos ganhos de muitos sistemas de saúde e onde as desigualdades existentes tornam-se cada vez mais salientes.
-0- PANA CS/IZ 14dez2021