Mais de 500 mortos em ataques contra mina de ouro no nordeste do Burkina Faso, diz HRW
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O balanço final do último ataque perpetrado a 5 de junho corrente contra uma mina de ouro artesanal perto da aldeia de Solhan, na província de Yagha, no nordeste do Burkina Faso, elevou a mais de 500 o número de civis mortos desde o início do ano de 2021, na província africana do Sahel, informou a organização Human Rights Watch (HRW) no seu website.
O epicentro da subida de atos de violência é a zona porosa das chamadas três fronteiras, entre o Burkina Faso, o Mali e o Níger, precisa a Organização Não Governamental (ONG).
A HRW acrescentou que camponeses foram abatidos enquanto cuidavam do seu gado, participavam em cerimónias religiosas, bebiam chá ou dormiam nas suas casas.
De acordo com a mesma fonte, no Níger, grupos armados islamitas mataram mais de 300 populares em três ataques atrozes nas províncias de Tillaberi (oeste) e Tahoua (nordeste).
Os ataques ocorridos em maio último na província de Oudalan, no Burkina Faso, fizeram mais de 30 mortos entre populares, alguns dos quais assistiam a uma festa de baptismo.
Na maioria dos casos, grupos armados islamitas parecem ter como alvo camponeses quando organizam grupos de defesa locais, ou prevêem fazê-lo, nota a ONG, exortando grupos armados islamitas a porem termo aos seus ataques ilegais.
Porém, pronunciando-se sobre as forças de segurança governamentais no Sahel, que também cometeram numerosos abusos contra suspeitos em detenção e comunidades consideradas apoiantes de grupos islamitas, a HRW frisou que elas devem reconhecer que as atrocidades perpetradas por estes últimos nunca justificam intervenções criminosas por sua parte.
"Com o apoio das forças internacionais, elas devem o fazer o seu possível para protegerem as comunidades vulneráveis do Sahel", considera a ONG de defesa dos direitos humanos.
-0- PANA TNDD/JSG/FK/DD 10junho2021