Agência Panafricana de Notícias

Maior partido de oposição em Cabo Verde reafirma confiança na sua líder

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Conselho Nacional (CN) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), maior força da oposição no país, reafirmou domingo uma “grande confiança” na sua líder, Janira Hopffer Almada, que colocou o cargo à disposição do movimento devido às derrotas sofridas nas eleições legislativas e autárquicas deste ano, apurou a PANA de fonte partidária.

No entanto, na sua primeira reunião para analisar os desaires eleitorais, que ditaram o afastamento do PAICV do poder, depois de 15 anos, o CN, órgão máximo deste movimento entre dois congressos, decidiu realizar eleições antecipadas, no início do próximo ano, para que sejam os militantes a tomar a decisão sobre a nova liderança e os novos órgãos partidários.

Na sequência dessas eleições, será realizado o Congresso Nacional do PAICV que irá legitimar a escolha dos militantes, de acordo com a mesma fonte.

Em declarações à imprensa, o porta-voz do CN, Rosa Rocha, informou, nessa reunião decorrida no último fim-de-semana, numa unidade hoteleira na localidade de Rui Vaz, no interior da ilha de Santiago, que foram discutidas “abertamente” questões agendadas com destaque para a análise da situação política atual no país, os resultados das eleições autárquicas de 04 de setembro último e a intenção manifestada pela presidente do PAIGC de colocar o cargo à disposição, na sequência dos maus resultados eleitorais.

Rosa Rocha revelou que ainda está a ser discutida a data das eleições antecipadas para a escolha da nova liderança, mas apontando como certo o início do próximo ano para o efeito.

A porta-voz do CN assegurou que os conselheiros recomendaram que o PAICV deva estar de qualquer forma preparado para responder ao papel que lhe cabe como maior força da oposição e que a sociedade espera dele nos próximos tempos.

Ou seja, uma oposição “intensa, inteligente e estruturada”, sendo que, para isso, o partido deve ser reorganizado, acrescentou.

Rosa Rocha disse também que o CN reconheceu que “Janira Hopffer Almada tem demonstrado uma grande capacidade de liderança do partido” e considerou “natural” a sua decisão de ter colocado o cargo à disposição naturalmente partidno do princípio segundo o qual, enquanto líder do partido, é a primeira responsável pelos maus resultados eleitorais.

“Mas esta responsabilidade deve ser compartilhada com todos os líderes locais, nomeadamente os candidatos a presidentes de câmaras”, defendeu.

No que se refere aos resultados negativos das últimas eleições, o CN apontou como causas fatores “internas e externas”, entre os quais, como internas, falhas relacionadas com a organização do partido e candidaturas.

Contudo, os conselheiros concluíram que a principal causa da derrota tem a ver com o curto espaço de tempo decorrido desde as legislativas de março último, ganhas com maioria absoluta pelo Movimento para a Democracia (MpD), que também conquistou 18 municípios nas autárquicas de setembro último.

"Deve-se salientar o efeito contágio das legislativas. A proximidade das duas eleições foi extremamente curta", considerou Rosa Rocha.

-0- PANA CS/DD 17out2016



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