Agência Panafricana de Notícias

Mahama lamenta retirada do Burkina Faso, do Mali e do Níger da CEDEAO

Accra, Gana (PANA) - O Presidente ganense, John Dramani Mahama, considerou “lamentável” a retirada do Burkina Faso, do Mali e do Níger da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), soube a PANA de fonte oficial.

Discursando, terça-feira última, por ocasião do lançamento das festividades alusivas ao 50.º aniversário da CEDEAO, em Accra, o Presidente Mahama sublinhou a importância do diálogo em vez do isolamento,

“A recente decisão do Mali, do Burkina Faso e do Níger de se retirarem da CEDEAO é um desenvolvimento lamentável…Devemos responder pelo diálogo e pela vontade de escutarmos e nos comprometermos. não pelo isolamento nem pela recriminação, mas pelo diálogo e pela vontade de escutarmos e nos comprometermos”, reiterou.

Segundo Citinews (jornal ganense), o chefe do Estado ganense insistiu na unidade e colaboração que, a seu ver, continuam essenciais para se alcançar a prosperidade e a estabilidade na África Ocidental.

“Desde o meu advento à Presidência da República, dei prioridade ao relançamento diplomático com a região do Sahel. O Gana designou um enviado especial encarregue de cooperar, ao alto nível, com a Aliança dos Estados do Sahel (composta pelo Mali, pelo Burkina Faso e pelo Níger). Dirigi pessoalmente missões com o fito de reforçar a confiança, restabelecer os canais de comunicação e afirmar as nossas aspirações comuns”, deu a conhecer o estadista ganense.

Sublinhou que estes esforços confirmam “a nossa convicção de que temos um destino comum enquanto sub-região e que a unidade, embora seja difícil, continua o melhor meio de se chegar a uma prosperidade partilhada e à estabilidade regional.”

Em representação do Presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, o ministro de Estado nigeriano dos Negócios Estrangeiros, Biance Odumegwu-Ojukwu, a sua “profunda inquietude face à escalada das ameaças de extremismo violento e às mudanças inconstitucionais de governos na África Ocidental.”

Alertou para estes desafios que comprometem as conquistas democráticas da região, sublinhando consequentemente a "necessidade urgente de uma ação coletiva".

Enquanto Presidente da Autoridade dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, prosseguiu, o Presidente Tinubu reafirmou o seu compromisso a favor da estabilidade regional e da governação democrática.

Apelou aos Estados membros para reforçarem a cooperação e respeitarem os princípios inscritos no tratado da CEDEAO.

“A nossa região continua confrontada com ameaças novas e evolutivas, o extremismo violento, as mudanças climáticas e a insegurança alimentar. A onda de mudanças inconstitucionais ameaça seriamente as conquistas democráticas que afanosamente construímos”, advertiu Tinubu.

O chefe do Estado nigeriano aludia aos três países da AES dirigidos por juntas militares que derrubaram os respetivos Presidentes democraticamente eleitos.

-0- PANA MA/MTA/JSG/SOC/DD 22abril2025