Agência Panafricana de Notícias

MNE líbio reitera recusa de intervenção militar estrangeira no país

Tripoli, Líbia (PANA) – O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Abdelaziz, reafirmou a rejeição do seu país de qualquer intervenção militar estrangeira para resolver o conflito interno.

"Não queremos uma intervenção militar estrangeira na Líbia mas a prorrogação da Missão das Nações Unidas de Apoio à Líbia (MANUL) para contribuir para promover a estabilidade e a edificação das instituições", disse Abdelaziz.

Numa declaração à imprensa sábado no termo duma reunião no Cairo (Egito) com o secretário-geral da Liga Árabe (LA), Nabil al-Arabi, o chefe da diplomacia líbia disse que a intervenção militar estrangeira no país é rejeitada por toda a sociedade e pelas autoridades a níveis dos órgãos executivo e legislativo.

Ele disse ter discutido com o secretário-geral da LA sobre a situação na Líbia que atravessa uma fase crítica de deterioração da segurança devido a confrontos entre grupos armados.

Sublinhou que a questão líbia goza dum interesse tão grande da Liga Árabe que dominou a agenda da reunião do seu Conselho de Ministros deste domingo, no Cairo, capital egípcia.

O chefe da diplomacia líbia indicou ter igualmente discutido com o secretário-geral da LA e com o emissário árabe junto da Líbia, Nabil al-Koudwa, sobre a natureza da decisão e das recomendações tomadas pelo Conselho de Ministros árabes.

As discussões do encontro, disse, estiveram orientadas para quatro questões essenciais, nomeadamente, a forma de apoiar a legitimidade na Líbia representada pelo Governo provisório, pela Câmara dos Representantes e pela Autoridade Constitucional.

A maneira de contrariar qualquer tentativa de criar outras instituições ilegítimas, como a última iniciativa do ex-Congresso Nacional Geral (CNG), cujo mandato terminou, de formar um novo Governo figurou também entre os assuntos abordados, disse.

Segundo ele, esta iniciativa do ex-CNG, enquanto Parlamento cessante, constitui uma violação das decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que tudo o que criar obstáculos ao processo político ou comprometer o processo democrático será processado juridicamente com sanções onusinas.

Ele acrescentou que o encontro permitiu também discutir sobre o papel da LA no alcance de um consenso político árabe total sobre a questão líbia, nomeadamente, devido ao facto de que a Liga Árabe informou, no passado, o Conselho de Segurança sobre o problema líbio.

Sobre o diálogo nacional líbio, Abdelaziz indicou que um dos principais eixos em que se apoia a Liga Árabe é a forma de consolidar o incentivo ao ao diálogo nacional na Líbia iniciado há um ano e meio e liderado por uma Autoridade do Diálogo Nacional que trabalha a nível local para preparar um mecanismo deste diálogo.

Mas, assinalou, devido aos confrontos armados em curso no país, o trabalho da Autoridade do Diálogo Nacional está suspenso, na esperança de que a LA trabalhe para promover o diálogo e a reconciliação nacional.

-0- PANA/BY/BEH/FK/IZ 07set2014